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A vereadora do Rio de Janeiro Gigi Castilho, do Republicanos, foi alvo nesta terça-feira (4) de uma operação da Polícia Civil que investiga fraudes em contratos e desvio de recursos públicos de creches municipais.
Segundo a Delegacia de Defraudações, a parlamentar e o marido, Luciano Carvalho, teriam utilizado uma rede de creches na Zona Oeste da cidade para desviar verbas da Secretaria Municipal de Educação. A ação também atingiu os filhos do casal, Andreza Adão e Caio Perpétuo.
As investigações apontam que empresas de fachada simulavam serviços superfaturados para as creches, emitindo notas fiscais falsas pagas com recursos da prefeitura. Entre elas, está uma padaria registrada em nome da filha da vereadora, Andreza, que recebeu mais de R$ 97 mil entre 2022 e 2023. Outra empresa, uma confecção ligada a Valmir Coutinho — amigo e ex-cabo eleitoral de Gigi Castilho — recebeu R$ 475 mil pelo fornecimento de uniformes no mesmo período.
A polícia também identificou movimentações financeiras suspeitas em uma das creches conveniadas: em apenas seis meses, a unidade recebeu cerca de R$ 9 milhões em verbas, com 816 saques em dinheiro totalizando R$ 1,7 milhão — valores considerados incompatíveis com o perfil da unidade.
Ao todo, quinze empresas ligadas a parentes e pessoas próximas à vereadora estão sob investigação. Desde 2019, as creches envolvidas, que atendem cerca de duas mil crianças, receberam mais de R$ 64 milhões da Secretaria Municipal de Educação.
Na manhã desta terça, agentes da Polícia Civil cumpriram 29 mandados de busca e apreensão. Ao chegarem à residência da vereadora, encontraram o portão aberto, mas ninguém estava no local. Foram apreendidos documentos relacionados às investigações.
Em nota, Gigi Castilho afirmou que não teve acesso ao inquérito policial e desconhece os fatos apurados. A parlamentar confirma que atuou como diretora pedagógica em uma das creches investigadas, mas nega ter exercido funções financeiras ou responsabilidade por contratações e pagamentos.
Abaixo a íntegra da nota da vereadora:
Venho a público manifestar-se acerca da diligência realizada pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro no dia 4 de novembro de 2025, referente a um mandado de busca e apreensão em minha residência, conforme veiculado pelos meios de comunicação.
Esclareço, desde já, que não tive acesso ao inquérito policial, nem tampouco ao procedimento judicial cautelar que culminou com a expedição do mandado de busca e apreensão, não tendo, portanto, conhecimento acerca dos fatos investigados.
Com relação a matéria veiculada nos meios de comunicação, informo que trabalhei na Creche Comunitária Deus é Fiel como diretora pedagógica, até o mês de março do ano de 2024, não tendo jamais exercido qualquer função de direção financeira, não sendo responsável por contratações de prestadores de serviço e prestações de contas e ou pagamentos tendo sempre atuado na área de gerenciamento pedagógico da instituição.
Reitero, igualmente, minha plena confiança nas instituições brasileiras e que, tão logo seja possível, todos os fatos serão devidamente esclarecidos por meio da defesa técnica devidamente constituída nos autos do processo judicial.