O volume de vendas no comércio brasileiro cresceu em maio pelo 3º mês consecutivo. Os dados constam em levantamento divulgado nesta sexta-feira (27) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O resultado é considerado surpreendente pelos responsáveis pelo estudo e tem relação com a “flexibilização contínua da pandemia de Covid-19 e da recuperação do fluxo de consumidores nas lojas físicas”.
Atrelada ao crescimento das vendas no país, o estudo da CNC mostra a recuperação no otimismo dos comerciantes, com um possível cenário positivo para os próximos meses.
O setor espera que a alta no faturamento se mantenha, apesar da taxa elevada de juros e da escalada inflacionária.
Em maio, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) chegou aos 120 pontos, maior patamar desde dezembro de 2021.
Os três itens que mais se destacaram no indicador foram: melhora da expectativa para a economia do Brasil, bom desempenho das empresas e maior confiança do setor do comércio.
No início da pandemia, em maio de 2020, por exemplo, o otimismo do comércio varejista no Brasil chegou a registrar valores próximos a 65 pontos — o pior índice da série histórica, iniciada em 2010.
O indicador da CNC apresenta valores entre zero e 200 pontos. Quando aparece acima de 100, o levantamento sugere que o setor varejista está aquecido e com boas perspectivas para o futuro.
A confiança dos pequenos varejos foi o destaque positivo para o mês de maio. De acordo com a pesquisa, “as empresas de pequeno porte tiveram um aumento de 32% no otimismo neste mês, comparado com o mesmo período de 2021”.
O grande comércio também teve um bom resultado: um avanço de 10,2% para o período.
Para o professor da FGV, Pierre Souza, o resultado mostra que, atualmente, o otimismo pela manutenção da flexibilização das medidas restritivas é maior do que a preocupação com a alta dos preços.
No entanto, apesar do resultado, ele garante que os empresários estão “muito preocupados” com o indicador econômico.
“O resultado mostra um otimismo geral do setor, sendo com maior destaque para as pequenas empresas, que dependem mais do fluxo orgânico de pessoas nas ruas. O otimismo com a flexibilização parece ser maior que a preocupação com inflação. No entanto, podemos afirmar que a inflação certamente está no radar dos empresários”, disse o economista.