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O Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a a 12,25% ao ano. A decisão, tomada em reunião do Copom, surpreendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que admitiu que a alta já era esperada pelo mercado, mas não nessa magnitude. A medida visa conter a inflação, que permanece acima da meta estabelecida, e deve impactar diretamente o custo do crédito e o consumo das famílias.
“Foi surpresa por um lado. Mas, por outro lado, tinha uma precificação [do mercado financeiro] nesse sentido. Vou ler com calma, analisar o comunicado, falar com algumas pessoas depois do período de silêncio”, disse o ministro ao deixar o Ministério da Fazenda cerca de uma hora após o fim da reunião do Copom, sem entrar em detalhes sobre a decisão do BC.
O Copom também sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude para janeiro e março de 2025. Essa alta foi a mais intensa desde fevereiro de 2022, quando os juros subiram 1,5 ponto. O mercado financeiro esperava um aumento de apenas 0,75 ponto percentual.
Haddad comentou sobre o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo, afirmando que os cálculos dos bancos estão se aproximando dos do governo. Ele destacou que “as coisas estão andando bem” nas conversas com os parlamentares e que “nós estamos confiantes de que vamos alcançar aqueles valores”.
“Hoje saiu um relatório de um grande banco aproximando os cálculos dos nossos. E ainda com vários pontos pendentes, que não foram considerados. E que, se tivessem sido considerados, já chegariam mais perto de R$ 65 bilhões nos dois anos. E vocês veem como esse tipo de coisa é difícil de processar no Congresso Nacional”, disse.
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“Mandamos ajuste que nós consideramos adequado e viável politicamente. Você pode mandar o dobro pra lá, mas o que vai sair é o que importa. Então nós procuramos calibrar o ajuste para as necessidades de manutenção da política fiscal”, complementou Haddad.
A elevação foi decidida em unanimidade pelos nove membros do comitê. Esta foi a sua última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, que deixa a presidência do BC no dia 31 após quatro anos no cargo. A partir do dia 1º, assume Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro reconheceu que, se for preciso, poderá melhorar a “redação” das propostas, mas mantendo as metas anunciadas na divulgação do pacote.
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