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Os economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) revisaram para cima a projeção de inflação para 2024 e indicaram uma elevação mais acentuada da taxa básica de juros. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu ligeiramente, de 4,90% para 4,89%, mas permanece acima do teto da meta de inflação deste ano, fixado em 4,50%. O cálculo oficial da inflação de 2024 ainda não foi divulgado, apesar do encerramento do ano.
Essas informações constam no relatório Focus, publicado nesta segunda-feira (06) pelo BC, com base em uma pesquisa realizada na semana anterior com mais de 100 instituições financeiras. A meta central de inflação para 2024 é de 3%, sendo considerada cumprida se o índice variar entre 1,5% e 4,5%. Caso a meta não seja alcançada, o BC deverá justificar oficialmente os motivos em uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
De acordo com analistas, os gastos públicos elevados têm sido um fator determinante para as projeções de inflação. O governo anunciou em novembro um pacote de medidas para controlar despesas, incluindo um aumento mais modesto do salário mínimo, cortes na educação, ajustes no abono salarial e mudanças na aposentadoria dos militares. Embora aprovado pelo Congresso no final do ano, o pacote sofreu alterações que reduziram o impacto esperado. Especialistas avaliam que os cortes efetivos de gastos serão ainda menores.
Para 2025, a projeção de inflação subiu de 4,96% para 4,99%, permanecendo acima do teto de 4,5%. Para 2026, a estimativa avançou de 4,01% para 4,03%. A partir de 2025, a meta de inflação é de 3%, com tolerância de variação entre 1,5% e 4,5%. O BC calibra a taxa básica de juros para controlar a inflação, considerando que os efeitos da Selic levam de seis a 18 meses para se refletirem na economia. No momento, a instituição já mira a expectativa de inflação para o período de 12 meses até meados de 2026.
A inflação elevada impacta diretamente o poder de compra da população, especialmente dos que recebem salários menores, já que os preços sobem sem o devido acompanhamento dos rendimentos. Nesse cenário, os economistas do mercado projetam um aumento mais acentuado da taxa Selic, que encerrou 2024 em 12,25% ao ano após a terceira elevação consecutiva e deve subir novamente no início de 2025. Para o fim de 2025, a estimativa subiu de 14,75% para 15% ao ano. Para 2026 e 2027, as projeções permanecem em 12% e 10% ao ano, respectivamente.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção para o crescimento em 2024 foi mantida em 3,49%, impulsionada pelo resultado do terceiro trimestre divulgado pelo IBGE, que apontou uma expansão de 0,9%, acima das expectativas. Para 2025, a previsão de alta do PIB passou de 2,01% para 2,02%.
Outras estimativas do mercado financeiro incluem a taxa de câmbio, que deve alcançar R$ 6 no fim de 2025, e permanecer em R$ 5,90 no fim de 2026. O saldo da balança comercial foi revisado para baixo, com superávit projetado de US$ 73,8 bilhões em 2024 e de US$ 74,2 bilhões em 2025. Por fim, o investimento estrangeiro direto no Brasil é estimado em US$ 70 bilhões tanto para 2024 quanto para 2025, mantendo a previsão estável.