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A Primeira Divisão Amadora do futebol uruguaio voltou às atividades neste domingo, mas a retomada foi ofuscada por violentos incidentes ao final do jogo entre Mar de Fondo e Deportivo Italiano. A partida, válida pela décima rodada do campeonato, aconteceu no estádio CR José Pedro Damiani de las Acacias e reuniu as equipes Palermitano e Tano, ambas na metade da tabela de classificação, separadas por apenas um ponto. (Vídeo no final da matéria).
Nos momentos finais da partida, o Mar de Fondo marcou um gol, o que provocou uma reação agressiva por parte dos jogadores do Deportivo Italiano, que interpretaram a comemoração como provocação. O clima de tensão rapidamente se agravou: dentro de campo, os jogadores começaram a trocar socos e chutes, enquanto na arquibancada principal um jornalista foi agredido por membros do time italiano.
O jornalista Daniel De León compartilhou um vídeo dos incidentes em sua conta na rede social X (antigo Twitter), onde é possível ver a brutalidade da briga e a ausência de pessoal de segurança no local.
Após o lamentável episódio, o Mar de Fondo divulgou um comunicado repudiando a violência. “O clube de origem no bairro Palermo lamenta e repudia os atos de violência ocorridos, manifesta sua intenção de colaborar com a identificação dos responsáveis e presta apoio aos nossos jogadores que ainda estão hospitalizados, além de todos os que sofreram lesões neste triste evento”, expressou o clube.
Horas depois, o Deportivo Italiano também se pronunciou oficialmente, lamentando os incidentes e se colocando à disposição para ajudar a esclarecer os fatos. “Ao mesmo tempo, pedimos desculpas ao jornalista Gustavo Rodríguez”, afirmou a diretoria do clube.
O jornalista Gustavo Rodríguez, que fazia a narração da partida para o veículo Los de afuera no son de palo, foi agredido na arquibancada principal. Rodríguez descreveu o ocorrido e manifestou sua indignação em um desabafo posterior:
“Não acho que conseguiremos fazer entrevistas. Foi um final muito abrupto. Alguns jogadores do Deportivo Italiano subiram e arrancaram nosso equipamento, desconectaram tudo”, relatou Rodríguez, acrescentando que poderia ter gravado o ocorrido, mas optou por não fazê-lo por “códigos”. “Hoje me sinto violentado no meu trabalho. Fomos interrompidos ao vivo. Foi uma situação extremamente violenta, que terminou com tiros e a polícia. Poderia ter filmado tudo, mas não fiz porque é preciso ter códigos e respeito pelo que acontece. Só quero expressar meu descontentamento com a situação”, desabafou o jornalista.
Rodríguez também narrou os momentos de tensão: “O jogo termina, o Mar de Fondo faz um gol e os jogadores do Italiano vêm querendo quebrar meu computador, impedir que eu filmasse ou transmitisse. Uma situação de tiros, violência e correria que nunca pensei ver no futebol uruguaio. Nunca vi algo assim tão de perto. Homens, mulheres, todos brigando. Não podemos naturalizar a violência”, finalizou.