O líder do grupo de mercenários russos Wagner, Yevgueni Prigozhin, disse na madrugada deste sábado (24) que suas forças derrubaram um helicóptero do Exército russo.
Em um áudio publicado em seu canal no Telegram, ele afirmou: “Agora mesmo, um helicóptero abriu fogo contra uma coluna de civis e foi derrubado pelas forças de Wagner”. Pouco antes, ele denunciou que duas aeronaves da Força Aérea russa, com as identificações 523 e 546, estavam “tentando atacar” a coluna que supostamente entrou na região russa de Rostov, no sul do país, e está se movendo em direção a Moscou. “Lembrem-se, rapazes, a pátria não perdoará se vocês atirarem em seu próprio território. Devemos mostrar coragem e atirar no território inimigo quando nossa infantaria avança”, alertou.
Prigozhin afirmou que o grupo Wagner não incomoda ninguém ao lutar na frente de batalha, “nós incomodamos os criminosos que aniquilaram quase 100 mil soldados russos: (o chefe do Estado-Maior Valeri) Guerásimov e (o ministro da Defesa, Serguéi) Shoigú”.
“Permaneçam em suas casas” O governador de Rostov, Vasili Gólubev, por sua vez, afirmou em seu canal no Telegram que “a situação demanda a máxima concentração de todas as forças para manter a ordem”. “A polícia toma todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população da região. Peço a todos que mantenham a calma e não saiam de suas casas sem necessidade”, indicou.
Agentes de segurança bloquearam a rodovia que sai da capital regional, Rostov, onde foram vistos veículos blindados, de acordo com o canal Astra. O VKontakte, o Facebook russo, bloqueou a página de Prigozhin, onde foram publicados áudios nos quais ele se declarava em rebelião com o Ministério da Defesa russo.
O líder do grupo militar Wagner, chave na ofensiva militar russa na Ucrânia, prometeu no sábado “chegar até o final” em sua missão de derrubar o comando militar russo, ao qual acusou de bombardear suas bases.
Yevgueni Prigozhin afirmou que suas forças vão “destruir tudo que estiver em seu caminho”. Enquanto isso, a agência de notícias estatal russa TASS informou que autoridades reforçaram medidas de segurança em “instalações críticas do governo e infraestrutura de transporte” em Moscou após o chamado do líder da Wagner. Da mesma forma, a região sul de Lipetsk, a 420 km ao sul da capital russa, anunciou medidas de segurança reforçadas pela proximidade de combatentes da Wagner.
O exército russo negou ter atacado o grupo Wagner e classificou as acusações como “provocação”, enquanto os serviços russos abriram uma investigação contra Prigozhin por tentativa de motim. Prigozhin, considerado por algum tempo como aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, foi ganhando influência política e se envolveu em uma confrontação com autoridades políticas e militares que agora parece ter transbordado do campo da retórica.
O Ministério da Defesa Russo disse em comunicado que “aproveitando a provocação de Prigozhin para desestabilizar a situação, o regime de Kiev perto da frente de Bakhmut está concentrando unidades (…) para realizar ações ofensivas”. (Com informações da EFE e AFP)
