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Carles Puigdemont, ex-líder independentista da Catalunha que havia deixado a Espanha em 2017 após a tentativa fracassada de independência, retornou ao país nesta quinta-feira (08) após 7 anos de fuga, apesar de ainda haver um mandado de prisão da Espanha contra ele.
No entanto, Puigdemont desapareceu novamente logo após chegar, não comparecendo à sessão para a eleição do novo presidente regional. A polícia espanhola está em busca de seu paradeiro.
Carles Puigdemont gritou “Viva uma Catalunha livre!” ao subir em um palco em Barcelona para se dirigir a milhares de pessoas reunidas perto do parlamento regional catalão.
“Eu vim aqui para lembrá-los de que ainda estamos aqui”, disse Carles Puigdemont, enquanto muitos na multidão agitavam bandeiras vermelhas, amarelas e azuis da independência catalã.
Após seu breve discurso, Carles Puigdemont parecia se dirigir ao Parlamento, localizado a poucas centenas de metros, na tentativa de participar da sessão. No entanto, por volta das 10h (horário local), a sessão teve início sem a presença do ex-líder e de seus colegas de partido, o Juntos pela Catalunha (JxCAT). O paradeiro de Puigdemont não estava imediatamente claro.
Agentes de segurança estabeleceram bloqueios em Barcelona e revistaram veículos na busca por Puigdemont, conforme relatado pela mídia espanhola.
A polícia, contatada pela agência de notícias AFP, não confirmou se a operação estava em andamento.
Caso um novo governo regional catalão não seja formado até 26 de agosto, novas eleições serão convocadas para outubro.
Do lado de fora dos portões do Parlamento, sob intensa vigilância policial, a confusão era generalizada. Um pequeno grupo de manifestantes, organizado pelo partido de extrema-direita Vox, agitou bandeiras nacionais espanholas e exibiu cartazes com a mensagem “A Catalunha é a Espanha”.
A breve aparição de Puigdemont, que liderou a região durante a tentativa de secessão em outubro de 2017, gerou emoção e algumas lágrimas entre seus apoiadores. Estes, com bandeiras pró-independência, saudaram o ex-líder. Nuria Pujol, uma mulher de 50 anos que viajou de Alt Penedes para vê-lo, o descreveu como “uma pessoa muito nobre” e afirmou que ele é “o único que acredita na independência e não deixou de acreditar.”
Albert, um manifestante de Barcelona na casa dos 50 anos, expressou sua emoção, destacando que apreciou o tom calmo de Puigdemont e ficou tocado ao vê-lo.
Quando Puigdemont desapareceu, muitos dos manifestantes continuaram nas proximidades, acompanhando as notícias em seus celulares, enquanto outros seguiram para uma estação próxima na França para retomar suas férias de verão.
Puigdemont governou a Catalunha em 2017, quando promoveu um referendo de independência, desafiando uma proibição judicial, e declarou brevemente a independência. Ele fugiu da Espanha logo após a proposta para evitar processos e, desde então, viveu na Bélgica e, mais recentemente, na França.
Seu retorno ocorreu poucos dias depois que os socialistas do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, fecharam um acordo com o partido separatista catalão moderado ERC — rival do JxCAT, de Puigdemont — para eleger Salvador Illa como o próximo chefe do governo regional catalão.