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As novas tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio para os Estados Unidos entraram em vigor nesta quarta-feira (11), sem concessões ou isenções, conforme anunciado pela Casa Branca.
A medida, impulsionada pelo ex-presidente Donald Trump, impacta diversos parceiros comerciais do país, incluindo Canadá, México e China.
A imposição dessas tarifas pode elevar os custos de produção em setores estratégicos, como o automobilístico, a construção civil e a fabricação de produtos enlatados.
O pesquisador do Cato Institute, Clark Packard, alertou que “as tarifas podem rapidamente se refletir nos preços”, afetando indústrias que dependem de aço e alumínio importados.
Impacto na economia do Canadá e de outros países
O Canadá é o maior fornecedor de alumínio e um dos principais exportadores de aço para os Estados Unidos, tornando-se diretamente afetado pela medida. Segundo o economista-chefe da EY, Gregory Daco, o país fornece cerca de 50% do alumínio e 20% do aço importado pelos EUA.
Além do Canadá, Brasil e México também estão entre os países impactados pela tarifa na exportação de aço, enquanto Emirados Árabes Unidos e Coreia do Sul figuram entre os principais fornecedores de alumínio.
Com as novas tarifas somadas a restrições anteriores, alguns produtos de aço e alumínio vindos do Canadá e do México podem enfrentar taxas de até 50%, a menos que atendam aos requisitos do T-MEC (USMCA, na sigla em inglês).
Tensões comerciais e reação dos mercados
A entrada em vigor das tarifas gerou incerteza nos mercados financeiros. Na terça-feira, os principais índices de Wall Street caíram pelo segundo dia consecutivo devido ao temor de que essas medidas afetem a economia dos EUA. No entanto, Trump minimizou as preocupações e garantiu que não prevê uma recessão.
O ex-presidente também adotou uma postura volátil em relação às tarifas. Menos de 24 horas antes de sua implementação, ameaçou dobrar a taxa para 50% sobre aço e alumínio canadenses, gerando tensões com a província de Ontário. Em resposta, o governo canadense anunciou um recargo na eletricidade para três estados americanos, mas suspendeu a medida após negociações com Washington.
O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, defendeu a estratégia de Trump, afirmando que ele “usou o poder da economia americana para beneficiar a população”.
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, se reunirão em Washington para discutir possíveis revisões no T-MEC antes do prazo final de 2 de abril, segundo um comunicado conjunto dos governos dos EUA e do Canadá.
Indústria americana e expectativa de novas medidas
Com as tarifas em vigor, fabricantes nos EUA buscam alternativas para mitigar os custos. De acordo com Packard, a simples expectativa dessas medidas já levou produtores nacionais de aço e alumínio a elevar seus preços, aumentando a incerteza no mercado.
Enquanto alguns fabricantes americanos veem as tarifas como um incentivo à indústria local ao reduzir a concorrência estrangeira, outros alertam que os custos mais altos de importação podem encarecer produtos nacionais.
As tarifas aprovadas agora são mais amplas do que as impostas em 2018, abrangendo não apenas matérias-primas, mas também produtos acabados, o que pode impactar vários setores.
Apesar das visitas recentes de representantes da Austrália e do Japão a Washington, a Casa Branca decidiu não conceder isenções a esses países. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, classificou as tarifas como “totalmente injustificadas”, mas descartou retaliações comerciais.
Com as novas tarifas já implementadas, Trump adiantou que em 2 de abril anunciará novas medidas para lidar com o que considera “práticas comerciais desleais”, o que pode expandir a disputa para outros setores e países.
(Com informações da AFP)
