Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Estados Unidos e Irã relataram avanços neste sábado (19) após concluírem uma segunda rodada de negociações indiretas em Roma sobre o programa nuclear iraniano. As conversas, mediadas por Omã, duraram cerca de quatro horas e ocorreram na residência do embaixador de Omã na capital italiana.
Segundo a imprensa estatal iraniana, o ambiente foi “construtivo”, avaliação também compartilhada por autoridades dos dois países. “Foi uma boa reunião e posso dizer que as negociações avançam. Esta vez conseguimos chegar a um melhor entendimento sobre uma série de princípios e objetivos”, afirmou o chanceler iraniano Abbas Araqchi.
Do lado norte-americano, um alto funcionário, que preferiu não se identificar, confirmou o progresso: “Logramos um bom avanço em nossas conversas diretas e indiretas”.
As delegações dos dois países permaneceram em salas separadas, com a mediação feita pelo ministro das Relações Exteriores de Omã, que transmitiu mensagens entre as partes. Um novo ciclo de conversas foi agendado para o próximo sábado (26), em Mascate, capital de Omã.
As discussões estão centradas no programa nuclear iraniano, tema que voltou à pauta após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a possibilidade de ações militares caso não haja um novo acordo. Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump retirou os EUA do pacto internacional de 2015, que limitava o programa nuclear do Irã em troca do alívio de sanções econômicas.
Desde então, Teerã deixou de cumprir diversos compromissos do acordo, incluindo a limitação no nível de enriquecimento de urânio. Segundo o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA), o Irã já produz urânio enriquecido a 60%, próximo dos 90% exigidos para uso em armamentos.
Rafael Grossi, diretor-geral do OIEA, esteve no Irã nesta semana e declarou que o país “não está longe” de obter capacidade para desenvolver uma arma nuclear. Ele alertou que as negociações estão em uma fase decisiva e que “há pouco tempo”.
O governo iraniano insiste em restringir as negociações ao seu programa nuclear e às sanções econômicas, descartando o desmantelamento total de suas atividades atômicas — posição classificada como “linha vermelha” por Teerã. Outro ponto sensível para o regime é sua influência regional, que inclui o apoio a grupos como Hamas, Hezbollah e os rebeldes hutis do Iêmen.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou neste sábado sua posição contrária ao programa nuclear iraniano. “Não retrocederei nem um milímetro para impedir que o Irã obtenha armas nucleares”, declarou.
*Com informações de Agências internacionais
