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Em um novo capítulo da escalada militar entre Israel e Irã, a Força Aérea israelense destruiu nesta segunda-feira (16) dois aviões de combate F-14 Tomcat no Aeroporto Internacional de Teerã. Os caças, de fabricação norte-americana e considerados relíquias operacionais da era pré-revolucionária iraniana, foram identificados por Israel como ativos-chave nos preparativos defensivos iranianos diante da campanha de bombardeios que o Estado judeu desenvolve desde a última sexta-feira.
O porta-voz do Exército israelense, general Effie Defrin, confirmou o ataque em uma coletiva de imprensa: “Hoje (segunda-feira), um avião da Força Aérea que sobrevoava Teerã impactou dois caças F-14 em um aeroporto de Teerã. Esses aviões tinham como objetivo, entre outras coisas, interceptar caças israelenses.”
A ofensiva, segundo fontes militares israelenses, insere-se em uma estratégia de ataques preventivos com o objetivo de neutralizar capacidades iranianas de defesa aérea e ofensiva direta. As aeronaves destruídas eram, provavelmente, as últimas em operação do esquadrão F-14 iraniano, remanescente da época anterior à Revolução Islâmica de 1979, quando o Irã mantinha uma estreita relação militar com os Estados Unidos.
Junto com o anúncio, o Exército de Defesa de Israel (IDF) divulgou imagens do ataque no aeroporto e apresentou ainda um segundo vídeo que mostra a eliminação de um grupo de soldados iranianos que, segundo a inteligência israelense, se preparavam para lançar drones contra território israelense. Outra gravação revela o ataque aos contêineres onde esses aparelhos não tripulados estavam armazenados.
Nas palavras do porta-voz militar, a Força Aérea “rastreia constantemente as posições de onde se preparam lançamentos de VANTs (veículos aéreos não tripulados), identifica os lançadores, mobiliza missões de rastreamento e age com rapidez”. Nesse caso, disse ele, “a equipe de lançamento foi eliminada e os lançadores foram destruídos minutos antes que pudessem decolar em direção a Israel”.
Desde a madrugada de sexta-feira, Israel executa uma campanha de ataques aéreos sobre múltiplos pontos estratégicos do Irã, incluindo instalações militares, infraestruturas logísticas e centros de comando. Essa operação, de uma escala sem precedentes entre ambos os países, deixou até o momento 224 mortos e mais de mil feridos, segundo números oferecidos pelas autoridades iranianas.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a ofensiva alegando que seus serviços de inteligência confirmaram avanços substanciais por parte do regime iraniano no desenvolvimento de uma bomba nuclear, o que teria precipitado a decisão de agir preventivamente.
Como resposta, o Irã lançou nos últimos três dias ataques contra território israelense, que provocaram a morte de pelo menos 24 pessoas, de acordo com números do gabinete do primeiro-ministro.
A destruição dos F-14 tem também uma forte carga simbólica. Esses caças, desenvolvidos pela empresa norte-americana Grumman, foram durante décadas o símbolo do poderio aéreo do regime do Xá. Após a revolução de 1979, o Irã manteve alguns em funcionamento mediante a fabricação de peças de reposição locais e a engenharia reversa, em uma tentativa de sustentar sua capacidade aérea diante do embargo ocidental.
Embora obsoletos frente aos padrões contemporâneos, os F-14 ainda eram utilizados em missões de patrulhamento e defesa aérea, particularmente em situações em que o regime iraniano buscava projetar uma imagem de autossuficiência militar.
O Irã prometeu retaliações “contundentes e sustentadas”, enquanto mobiliza sua diplomacia para denunciar os ataques em fóruns multilaterais. As imagens do aeroporto bombardeado e dos restos carbonizados dos F-14 circulam já por canais oficiais iranianos como evidência de “uma agressão direta contra a soberania do país”.
O Estado-Maior israelense não ofereceu detalhes sobre a duração da operação, mas múltiplos analistas apontam que Israel estaria comprometido com uma estratégia de desgaste, cujo objetivo seria debilitar progressivamente as capacidades militares do regime iraniano sem avançar, por enquanto, para uma ocupação ou confronto terrestre direto.
