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O empresário Elon Musk defendeu neste sábado (6) as novas tarifas universais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, a medida pode abrir caminho para a criação de uma futura zona de livre comércio entre Europa e América do Norte.
As declarações do fundador da Tesla e da SpaceX foram feitas por videoconferência durante um evento organizado pelo partido de direita italiano A Liga, realizado em Florença, poucas horas após a entrada em vigor das tarifas globais anunciadas pela Casa Branca.
“Tenho esperança de que, com essas tarifas, ao final, chegue-se a um acordo para que tanto a Europa quanto os Estados Unidos avancem, idealmente, para uma situação de tarifa zero, criando de fato uma zona de livre comércio entre os dois lados do Atlântico”, afirmou Musk.
Próximo ao entorno político de Trump, Musk vê as tarifas não como um rompimento, mas como uma oportunidade para estreitar os laços econômicos entre as regiões. “Pode ser a base para um acordo ainda mais próximo do que antes”, acrescentou.
O bilionário também sugeriu maior liberdade de circulação entre europeus e norte-americanos para trabalho: “Também defendo mais liberdade para que as pessoas possam se deslocar entre a Europa e a América do Norte, caso desejem. Se quiserem trabalhar na Europa ou na América, deveriam poder fazê-lo. Esse, certamente, foi meu conselho ao presidente.”
Trump: “Isso é uma revolução econômica”
O presidente Donald Trump, por sua vez, reiterou neste sábado seu compromisso com as tarifas globais, classificando a medida como parte de uma “revolução econômica” voltada para beneficiar trabalhadores e empresas dos EUA, mesmo diante da reação negativa dos mercados.
“China foi muito mais atingida do que os EUA. Eles, e muitas outras nações, nos trataram de maneira insustentável. Fomos o saco de pancadas do mundo, mas não somos mais. Estamos recuperando empregos e empresas como nunca antes”, escreveu Trump na rede Truth Social.
O republicano afirmou que seu plano já atraiu mais de 5 trilhões de dólares em investimentos e prometeu que o número continuará crescendo rapidamente. “Essa é uma revolução econômica e vamos vencer! Aguentem firme. Não será fácil, mas o resultado será histórico! Vamos fazer os Estados Unidos grandes de novo!”
As falas ocorrem em meio à volatilidade nos mercados internacionais, provocada pela entrada em vigor da nova tarifa global de 10% sobre todas as importações, anunciada na quarta-feira.
Na sexta-feira, também pela Truth Social, Trump garantiu aos investidores que sua política comercial não sofrerá alterações. “A todos que estão investindo nos EUA, minhas políticas não vão mudar. Este é um excelente momento para enriquecer como nunca antes”, escreveu.
As declarações tentam conter o temor do mercado, que teve forte queda na quinta e na sexta após o anúncio das tarifas. Wall Street fechou em baixa por dois dias seguidos, influenciando também as bolsas da Ásia e da Europa.
As projeções mais recentes aumentaram o risco de uma recessão global. O banco JPMorgan Chase estima em 60% a probabilidade de um cenário recessivo, enquanto a Oxford Economics alerta que a média tarifária efetiva dos EUA pode alcançar 24%, superando os níveis registrados pela Lei Smoot-Hawley, de 1930.
