“Quero ver quem vai calar a minha boca”, disse o deputado Boca Aberta (PROS-PR) no plenário da Câmara, no dia 15 de agosto, enquanto era contido por seguranças. Toda vez que ele se dirige para usar o microfone, os agentes se preparam para evitar confusão. De acordo com o Estado de S. Paulo, duas vezes, no mês passado, os policiais legislativos se aproximarem do parlamentar antes mesmo de ele começar a soltar a sua metralhadora verbal.
Em seu primeiro mandato, Boca Aberta é o único deputado da atual legislatura com duas representações contra ele no Conselho de Ética da Casa. Até o momento, as queixas dos colegas parlamentares resultaram em dois processos que podem render de uma censura até a cassação. Outras duas representações estão a caminho de serem formalizadas.
O estilo eloquente de Boca Aberta levou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a lhe dar um aviso quase em tom paternal no dia 7: “Calma. Assim você vai acabar tendo mais de 100 representações”. O deputado paranaense atacava colegas que tinham deixado a sessão para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) protestar contra o pedido de transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Curitiba para São Paulo.
“Não estou aqui para fazer amigos. Já fui cassado por não sentar com os porcos para comer a lavagem e não vou sentar com eles aqui no Congresso não”, afirmou o parlamentar ao Estado ao comentar a cassação que sofreu na Câmara dos Vereadores de Londrina em 2016.
Com Agência Estado