Nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Claudia Bucchianeri já advogou para o ex-presidiário Lula (PT), Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e, Wilson Witzel, ex-governador do Rio.
Ela já advogou também para o líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo.
“Nunca misturei política com advocacia. Muita gente achou que advogar para o Lula seria um impeditivo [para ser nomeada por Bolsonaro] e acabou não sendo”, disse a ministra em entrevista ao Globo.
No ano que vem, ela será responsável por julgar as propagandas dos candidatos à Presidência, o que inclui alegações de descumprimento de normas, ofensas pessoais e fake news.
De acordo com a nova ministra, o desafio da Corte será assegurar um ambiente “minimamente tóxico” e com o debate mais legítimo possível. Por isso, não será permitido o uso de instrumentos não orgânicos de difusão de mensagens por aplicativos de comunicação ou por plataformas de mídia social nem a desinformação.
Na carreira como advogada, atuou em ações sobre retirada do crucifixo de tribunais, transfusão de sangue de testemunha de Jeová e até o ensino religioso em escolas públicas — este último advogado em favor de uma associação de ateus.
Já na área eleitoral, Maria Claudia tentou garantir o registro de Lula nas eleições de 2018; advogou para evitar o afastamento de Witzel do governo do Rio; e, na ala pró-Bolsonaro, garantiu que deputados suspensos do PSL por infidelidade partidária pudessem ser candidatos aos cargos disputados pelo partido na Mesa da Câmara.
Fã da filósofa e escritora Djamila Ribeiro e nona mulher a integrar o plenário da Corte eleitoral em 89 anos, Maria Claudia quer levar um “olhar feminista para o TSE”.
Para ela, que é defensora da reserva de cadeiras para mulheres, a violência política de gênero, que deu origem a uma lei este ano, será um desafio importante para o tribunal, que deverá tornar o dispositivo conhecido e criar canais de denúncia.