O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebrou o protocolo durante uma cerimônia no Palácio do Planalto nesta terça-feira (12) ao “convocar” o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para proferir um discurso elogioso sobre os investimentos federais nos estados.
O cerimonial não incluía a participação de Tarcísio, chegando a anunciar um discurso de Lula. Este último reclamou fora do microfone e indicou que “algum governador” deveria abordar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sugerindo Tarcísio.
“Creio que o presidente Lula me escolheu [para falar representando os estados na cerimônia] porque estou trazendo o maior cheque. No entanto, ficamos muito satisfeitos em ver esses projetos viabilizados; o PAC é um instrumento para isso. São projetos significativos para todos os estados, envolvendo COP, infraestrutura, saneamento, ou seja, iniciativas que impulsionarão a compra de materiais de construção, movimentarão o comércio e a indústria, gerando empregos”, afirmou Tarcísio.
O governador mencionou o financiamento do trem intercidades entre Campinas e São Paulo, e também revelou que está estruturando o projeto do trem Sorocaba-São Paulo, com leilão previsto para 2025. “Durante as negociações desse financiamento no BNDES, tive a oportunidade de conversar com o presidente [Aloizio] Mercadante, expressando a esperança trazida por um projeto antigo que agora está viabilizado. O leilão está marcado para fevereiro e será bem-sucedido”, declarou.
O empréstimo, realizado via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi formalizado durante a cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação, além de Tarcísio, dos governadores Helder Barbalho (Pará), Fabio Mitidieri (Sergipe) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), todos beneficiados pelos projetos mencionados.
De acordo com o Palácio do Planalto, as operações de crédito do BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil em 2023 ultrapassam a soma dos quatro anos anteriores.
Em operações de crédito por entes públicos, foram R$ 32,1 bilhões em 16 estados e R$ 24,3 bilhões em 805 municípios de 25 estados. A área de saneamento recebeu a maior operação de crédito, cerca de R$ 15 bilhões, seguida por mobilidade, com R$ 13 bilhões, e infraestrutura urbana (R$ 10 bilhões). Outros R$ 23,5 bilhões em operações deste segmento estão em andamento.
