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A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto, acusados de envolvimento em uma série de invasões aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O pedido, protocolado recentemente, inclui acusações de invasão de dispositivos informáticos e falsidade ideológica, com um aumento da pena devido à gravidade dos crimes.
Segundo a PGR, a deputada utilizou os serviços de Delgatti para criar um “ambiente de desmoralização da Justiça brasileira” entre o final de 2022 e o início de 2023, período que seguiu a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. “A Procuradoria-Geral da República requer a condenação de Carla Zambelli Salgado de Oliveira e Walter Delgatti Neto pela prática das condutas penais de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, com incidência da causa de aumento de pena”, afirmou a PGR.
No total, o hacker Walter Delgatti Neto é acusado de realizar dez invasões nos sistemas do Judiciário. Entre as ações criminosas, ele teria forjado mandados de prisão, bloqueio de bens e quebra de sigilo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, Delgatti produziu falsos alvarás de soltura para pessoas presas, incluindo um líder do Comando Vermelho (CV), condenado a mais de 200 anos de prisão.
A defesa de Zambelli negou as acusações e afirmou, em nota à imprensa, que a investigação não trouxe provas suficientes para sustentar a culpa da deputada. “A deputada não praticou qualquer ilicitude e confia no reconhecimento de sua inocência porque a prova investigação criminal evidenciou que inexistem elementos de que tenham contribuído, anuído e ou tomado ciência dos atos praticados pelo complicado [Delgatti]”, diz a nota da defesa.
Além disso, em fevereiro de 2024, a Polícia Federal (PF) indiciou Zambelli e Delgatti por suspeitas de invasão aos sistemas do Judiciário e falsidade ideológica. Segundo investigações, a deputada teria pago R$ 40.000 ao hacker para realizar a invasão nos sistemas. Delgatti, por sua vez, afirmou em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que a deputada teria solicitado o ataque ao sistema e que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria prometido anistia caso algum ilícito fosse cometido.
Além dessa acusação, Zambelli também enfrentou recentemente outra derrota política. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu, na quinta-feira (30), cassar o seu mandato por abuso de poder político e disseminação de fake news durante as eleições de 2022. A decisão, no entanto, não tem efeito imediato, o que permite que Zambelli continue exercendo seu cargo como deputada federal, embora tenha sido declarada inelegível por oito anos. A parlamentar ainda pode recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
