Os diagnósticos de demência diminuíram em 40% em pacientes que tomaram suplementos de vitamina D, de acordo com um estudo publicado na Alzheimer’s & Dementia: Diagnosis, Assessment & Disease Monitoring. No entanto, os benefícios da suplementação foram maiores para pessoas com cognição normal.
“Sabemos que a vitamina D tem alguns efeitos no cérebro que podem ter implicações na redução da demência, mas até agora as pesquisas produziram resultados conflitantes. Nossas descobertas fornecem informações importantes sobre grupos que podem ser especificamente direcionados para a suplementação de vitamina D”, disse o investigador principal Zahinoor Ismail, da Universidade de Calgary e da Universidade de Exeter, em um comunicado à imprensa.
Durante o período de estudo de 10 anos, 2.696 (22%) pacientes examinados na pesquisa desenvolveram demência. Entre os diagnosticados, 75% não foram expostos a qualquer variação de um suplemento de vitamina D, enquanto 25% tomaram suplementação de vitamina D no início do estudo.
Pesquisas anteriores descobriram que baixos níveis de vitamina D estão associados ao risco de demência. A vitamina D pode reduzir o risco porque elimina o amilóide (um marcador da doença de Alzheimer) que se acumula no cérebro e pode proteger contra o acúmulo de tau, uma proteína que pode contribuir para a demência, de acordo com os pesquisadores.
“Prevenir a demência ou mesmo retardar seu início é de vital importância, dado o número crescente de pessoas afetadas”, disse Byron Creese, da Universidade de Exeter, no comunicado à imprensa.
Pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, e da Universidade de Exeter, no Reino Unido, conduziram o estudo VitaMIND para entender melhor a ligação entre demência e suplementação de vitamina D. A coorte incluiu 12.388 participantes (idade média de 71 anos) do Centro Nacional de Coordenação de Alzheimer dos EUA sem demência no momento da inscrição. Entre os participantes, 37% tomaram um suplemento de vitamina D.
A vitamina D reduziu significativamente o risco de demência em mulheres em comparação com os homens. 1 Também apresentou uma resposta mais favorável em pacientes com função cognitiva normal em comparação com aqueles com comprometimento cognitivo leve. As taxas de sobrevida livre de demência em 5 anos foram de 83,6% no grupo do suplemento e de 68,4% no grupo sem suplemento.
O gene APOEe4 pode ser um marcador relevante para a eficácia da vitamina, porque aqueles com o gene tiveram melhores resultados com a suplementação de vitamina D. Os autores levantam a hipótese de que as pessoas que carregam o gene absorvem a vitamina D no intestino, o que impede que o suplemento seja absorvido por outras partes do corpo. 1
No entanto, a pesquisa ainda não está clara, de acordo com Ismail. Claire Sexton, DPhil, diretora sênior de programas científicos e divulgação na Alzheimer’s Association em Chicago, acrescenta que o estudo não pode estabelecer a causa, nem é recomendado tomar um suplemento para reduzir o risco.
No entanto, “a ligação com a vitamina D neste estudo sugere que tomar suplementos de vitamina D pode ser benéfico na prevenção ou retardo da demência”, disse Creese no comunicado à imprensa. “Agora precisamos de ensaios clínicos para confirmar se esse é realmente o caso.”
