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Entre domingo (06) e terça-feira (08), a equipe de médicos, enfermeiros e psicólogos da Força Nacional do SUS realizou 346 atendimentos médicos, assistenciais e psicossociais aos brasileiros repatriados do Líbano. Os profissionais enviados pelo Ministério da Saúde prestaram atendimento aos que chegaram nos dois primeiros voos da Força Aérea Brasileira (FAB).
As maiores ocorrências incluíram acolhimento, casos de leve desidratação, primeiros cuidados psicológicos e crises hipertensivas.
Renato Santos, enfermeiro e coordenador da Força Nacional do SUS na missão, detalhou que a equipe estava em interlocução com os médicos e psicólogos da FAB que acompanharam os repatriados a bordo do avião, o que possibilitou a preparação para oferecer atendimento adequado com base nas principais queixas relatadas.
A operação foi estruturada em três eixos: uma equipe de acolhimento que dava boas-vindas aos repatriados em sua língua materna; uma equipe com experiência em urgência e emergência posicionada estrategicamente para prestar assistência imediata; e uma equipe na tenda equipada para oferecer atendimento médico e psicossocial.
Entre os profissionais da equipe de acolhimento, estava a técnica de enfermagem Mariam Nagi Deghaidi, de nacionalidades libanesa e brasileira. Ela aceitou o convite para a missão com gratidão, destacando que, além de falar árabe, já viveu duas guerras e, como sua família, foi resgatada para o Brasil, onde se tornou profissional de saúde e hoje atua como voluntária na Força Nacional do SUS. Mariam explicou que, além da língua e da cultura, compreende o sentimento de seu povo, pois já passou por essa situação duas vezes.
No Brasil, onde fixou residência, Mariam ainda possui parentes no Líbano, o que gerou grande preocupação. Ela estava há seis dias sem notícias de seus familiares quando, ao receber os repatriados, reconheceu sua avó e sua tia descendo do avião. Com emoção, descreveu que foi um alívio e uma alegria vê-las novamente, sem saber se ainda estariam vivas, e contou sobre o reencontro marcado por lágrimas.
Na equipe da tenda, estava a médica Nour Adnan Haidar, libanesa e brasileira, também repatriada, cujos pais vieram para o Brasil durante a guerra de 2006. Desde então, Nour construiu sua vida no Brasil, formou-se em Medicina em São Paulo e agora presta assistência a pessoas na mesma situação. Ela destacou a importância da Força Nacional do SUS, descrevendo o programa como um símbolo de esperança e recomeço. Segundo a médica, o acolhimento oferecido tem feito uma diferença significativa na recuperação dessas pessoas, ressaltando o papel fundamental do SUS no processo.
Nesta quarta-feira (09), às 13h15, o terceiro voo de resgate de brasileiros e familiares na zona de conflito no Líbano decolou a bordo de uma aeronave KC-30 do Governo Federal, com 218 passageiros, incluindo 11 crianças de colo e cinco animais domésticos. Está prevista uma parada técnica em Lisboa, Portugal, e a chegada à Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, deve ocorrer na quinta-feira, 10 de outubro, por volta das 7h30. Ao final da terceira fase da Operação Raízes do Cedro, estima-se que 674 brasileiros e familiares, além de 11 animais, tenham sido resgatados. As listas de repatriados priorizam mulheres, crianças, idosos e brasileiros não residentes no Líbano.
Além do resgate, a FAB tem transportado insumos de saúde ao Líbano. Nesta terça-feira (08), a aeronave levou 491 quilos de medicamentos, envelopes para reidratação e seringas descartáveis, em operação coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores. O KC-30 também transportou sete toneladas de medicamentos arrecadados pelo Consulado-Geral do Líbano no Rio de Janeiro. No domingo (06), um lote de doações do governo brasileiro, incluindo 20 mil seringas com agulhas e 4 mil agulhas individuais, já havia sido enviado.
A Força Nacional do SUS, programa do Ministério da Saúde, atua em situações de emergência epidemiológica, desastres e desassistência, quando esgotada a capacidade de resposta local. Suas ações incluem orientações técnicas, busca ativa e monitoramento de pacientes, atendimentos, fornecimento de medicamentos e apoio na reconstrução da rede de saúde, conforme a gravidade da situação.