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Uma pesquisa recente realizada pela empresa de higiene e instalações sanitárias Initial Washroom Hygiene revelou que as luvas podem conter até quatro vezes mais germes do que um assento de banheiro, colocando seus usuários em risco de infecções e doenças como os vírus que causam vômitos.
A análise foi realizada a partir da coleta de amostras em 50 pares de luvas e mits, tanto por dentro quanto por fora. O estudo revelou que mais da metade das amostras analisadas apresentaram níveis elevados de bactérias prejudiciais, com as luvas de ciclismo liderando a lista de contaminação.
(Pixabay)
As amostras coletadas mostraram uma contaminação até 58% superior aos níveis considerados normais para contaminação biológica, segundo especialistas em higiene. O estudo abrangeu diferentes tipos de luvas, incluindo de lã, couro, camurça e de ciclismo.
Entre os itens analisados, as luvas de ciclismo mostraram as maiores leituras de germes, seguidas pelas luvas de lã e de camurça, respectivamente. No total, mais da metade dos itens testados registraram uma leitura superior a 500 unidades de matéria biológica, indicando um alto nível de contaminação, com algumas amostras superando até 4.000 unidades.
Em comparação, um estudo realizado em 2012 pelos mesmos pesquisadores revelou que um assento de banheiro médio contém cerca de 220 unidades de matéria biológica, o que é considerado dentro da faixa normal de contaminação por especialistas (entre 200 e 500 unidades).
Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram um teste de bioluminescência de ATP, que mede a quantidade de trifosfato de adenosina — uma molécula encontrada em células vivas — em uma superfície, indicando o nível de limpeza. Quando há bactérias, vírus ou fungos em uma amostra, uma reação química produz luz, revelando a quantidade de germes presentes.
Embora as luvas protejam as mãos do frio e da chuva, elas não formam uma barreira contra as bactérias. De acordo com Jamie Woodhall, gerente técnico e de inovações da Initial Washroom Hygiene, as luvas podem ter muitos pontos de contaminação, como ao segurar corrimões no transporte público, abrir portas ou manusear o celular e sacolas de compras. “O interior das luvas também pode ser contaminado se forem colocadas com as mãos sujas”, alertou Woodhall.
Os resultados levaram os pesquisadores a recomendar que os britânicos lavem as mãos antes e depois de usar luvas para se protegerem de infecções. Woodhall também sugeriu que as luvas sejam lavadas regularmente, destacando que 80% das infecções são transmitidas pelas mãos, e lavar as mãos continua sendo uma das ferramentas mais eficazes na prevenção da propagação de vírus.
Além disso, pesquisas anteriores já haviam demonstrado como é fácil acumular germes mesmo usando luvas de lã. Um estudo de 2002, publicado no Journal of Food Protection, revelou que as luvas de borracha reduziam substancialmente a contaminação por E.coli ao manusear carnes cruas, em comparação com as luvas de lã, que tiveram uma redução mínima na propagação da bactéria em comparação ao manuseio com as mãos nuas.
Especialistas também alertaram que as luvas podem não proteger contra o Covid-19, pois podem passar a falsa sensação de segurança. A Dra. Allison Bartlett, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Chicago, explicou que o vírus pode sobreviver nas luvas caso elas toquem superfícies contaminadas.
