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Um novo estudo revelou que a circunferência da cintura pode ser um indicador mais preciso do risco de câncer em homens do que o índice de massa corporal (IMC). Por anos, médicos do NHS usaram o IMC para avaliar a obesidade e sua relação com o câncer. No entanto, cientistas suecos da Universidade de Lund, em Malmo, acreditam que medir a cintura fornece uma avaliação mais precisa.
Essa não é a primeira vez que o tamanho da cintura é associado a riscos elevados à saúde. Um estudo de 2022 da Universidade de Oxford apontou que cada centímetro extra na cintura aumenta o risco de insuficiência cardíaca em 11%.
No estudo mais recente, pesquisadores analisaram registros de saúde de 339.190 pessoas entre 1981 e 2019, acompanhando-as por uma média de 14 anos. Nesse período, 18.185 participantes desenvolveram cânceres relacionados à obesidade, como os de esôfago, intestino, fígado, pâncreas, mama e vesícula biliar.
Homens que tiveram um aumento de 11 cm na cintura até o fim do estudo apresentaram um risco 25% maior de desenvolver câncer. Em comparação, um aumento no IMC de 3,7 pontos – por exemplo, passando de 24 para 27 – foi associado a um risco 19% maior. Para as mulheres, a relação entre cintura e IMC foi menos forte, mas tanto um aumento de 12 cm na circunferência quanto um aumento de 4,3 no IMC (de 24 para 28) foram ligados a um risco 13% maior de câncer.
A pesquisa será apresentada no Congresso Europeu sobre Obesidade, que ocorrerá em maio, na Espanha, e publicada no Journal of the National Cancer Institute. Os autores explicam que a circunferência da cintura é um indicador mais eficaz porque o IMC “não fornece informações sobre a distribuição de gordura”. Segundo eles, a gordura abdominal se acumula ao redor dos órgãos, aumentando o risco de doenças. Assim, duas pessoas com o mesmo IMC podem ter riscos diferentes de câncer, dependendo da localização da gordura corporal. A medida da cintura se mostra mais relevante para os homens, pois eles tendem a acumular gordura no abdômen, enquanto as mulheres possuem uma distribuição mais uniforme pelo corpo.
Diante disso, o Instituto Nacional para Saúde e Excelência em Cuidados (NICE) do Reino Unido recomendou que pacientes com sobrepeso sejam pesados anualmente para um melhor monitoramento da saúde. O órgão também incentiva a medição da cintura, especialmente em pessoas com doenças crônicas.
Por outro lado, alguns especialistas criticam o uso isolado do IMC, argumentando que ele pode levar ao superdiagnóstico da obesidade. Eles defendem uma abordagem mais completa, incorporando a circunferência da cintura, as relações cintura-quadril e cintura-altura, além de medições diretas da gordura corporal. Isso indicaria que muitos dos 17,6 milhões de britânicos classificados como obesos pelo sistema tradicional de IMC podem ter sido diagnosticados erroneamente.
Como medir a circunferência da cintura corretamente?
Para obter uma medição precisa, deve-se medir a cintura pela manhã, antes da primeira refeição. O procedimento recomendado é:
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Ficar em pé e respirar fundo algumas vezes, relaxando o corpo.
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Localizar o topo do osso do quadril e a parte inferior da caixa torácica.
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Posicionar a fita métrica ao redor da parte central da cintura, mantendo-a nivelada.
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Certificar-se de que a fita está justa, mas sem apertar.
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Expirar normalmente antes de registrar a medida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a circunferência da cintura seja inferior a 88 cm para mulheres e 102 cm para homens.
