Entre lágrimas e abraços, reféns israelenses libertados reencontram suas famílias após dois anos em cativeiro do Hamas

Em meio a uma comoção nacional, os últimos 20 reféns israelenses vivos libertados pelo grupo terrorista Hamas foram recebidos nesta segunda-feira (13) com lágrimas, gritos de alegria e abraços na base militar de Re’im, próxima à fronteira com Gaza. O reencontro marca o fim de dois anos de cativeiro e simboliza um novo capítulo na longa crise entre Israel e o grupo extremista.

As libertações ocorreram após a retirada parcial das tropas israelenses da Faixa de Gaza e durante um cessar-fogo temporário, que antecede novas rodadas de negociações sobre o futuro do enclave palestino.

Os reféns foram entregues à Cruz Vermelha e, em seguida, repassados às Forças de Defesa de Israel (IDF), que os transportaram para Re’im. Lá, os sobreviventes foram recebidos pelos familiares mais próximos em cenas de forte emoção. Em seguida, todos foram encaminhados a hospitais israelenses para avaliações médicas e início do processo de reabilitação física e psicológica.

Uma das imagens mais marcantes do dia foi a do reencontro da família de Guy Gilboa-Dalal, que aguardava o jovem usando camisetas com a frase: “Guy está em casa. O coração está inteiro novamente.”

Entre os libertados estão Eitan Mor, Rom Broslavski, Nimrod Cohen e Eitan Horn, todos sequestrados em 2023 durante o ataque coordenado do Hamas contra comunidades israelenses no sul do país.

O reencontro de Eitan Mor com seus pais comoveu os presentes. O pai, tomado pela emoção, não conseguia soltar o filho dos braços, enquanto a mãe, envolta em uma bandeira de Israel, chorava copiosamente.

Segundo relatos das autoridades médicas, muitos dos reféns chegaram magérrimos, debilitados e com sinais de desnutrição, após longos períodos em túneis subterrâneos sem acesso à luz solar ou alimentação adequada. Apesar das condições críticas, todos receberam os primeiros socorros imediatamente após cruzar a fronteira e estão sendo acompanhados por equipes médicas e psicólogos.

O governo israelense declarou que o retorno dos reféns representa “um renascimento da esperança após meses de angústia”. A libertação foi resultado de intensas negociações mediadas pela Cruz Vermelha Internacional e por países árabes, e marca o encerramento de uma das fases mais delicadas do conflito.

Com o retorno dos sobreviventes, Israel agora se prepara para receber os corpos dos reféns mortos, que devem ser repatriados nas próximas horas, enquanto as conversas diplomáticas seguem para consolidar o cessar-fogo e discutir o futuro de Gaza.

“É um dia de dor e alegria. Choramos pelos que não voltaram, mas celebramos a vida dos que conseguiram sobreviver”, declarou um porta-voz do Exército israelense.

O país vive um misto de luto e celebração. As imagens dos reencontros emocionaram o mundo e reacenderam o desejo coletivo por paz — ainda que essa paz pareça, por enquanto, distante.