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O Operador Nacional do Sistema Elétrico afirma que o Brasil deve conseguir evitar o racionamento de energia apesar da maior crise hídrica dos últimos 91 anos. A previsão é do diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, e é válida para 2021 e 2022, ainda que com incertezas.
“Para 2022, tudo leva a crer, com uma incerteza enorme no meio do caminho, que não haja racionamento”, afirmou em evento on-line realizado pelo Valor Econômico e O Globo.
O período crítico para este ano é em outubro e em novembro. Neste momento, os reservatórios ficam com nível baixo a espera do período de chuvas. Ao mesmo tempo, a demanda começa a crescer.
Segundo Ciocchi, o cenário está sendo analisado constantemente. “A possibilidade de riscos de problemas de pico da demanda em outubro e novembro existe, mas é para isso que fazemos um planejamento diário”, afirmou o diretor da ONS.
“Esse é um período mais crítico, mas acreditamos que temos condição de enfrentar o atendimento de pico com segurança”, completou.
As incertezas que existem sobre a capacidade do Brasil responder à demanda energética traz impactos diretos para a economia.
A economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Solange Srour, também presente no evento, afirmou que a recuperação econômica fica em risco nesse cenário.
“A crise energética e a possibilidade de acontecer um apagão ou qualquer tipo de racionamento se juntam a outras incertezas”, disse Srour. “A conta de luz provavelmente vai ficar mais cara também no ano que vem, o que traz perda de poder de compra e restrição ao crescimento.”