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Em entrevista à revista Veja, o vice-presidente Hamilton Mourão disse não ser papel dos militares interferir no processo eleitoral e afastou a possibilidade de ocorrer no Brasil um episódio semelhante à invasão do Capitólio, nos EUA, em 6 de janeiro de 2021.
“A palavra está dada pelo ministro da Defesa e pelo comandante das Forças [Armadas] que ninguém vai interferir em nada de processo eleitoral. Nem é papel militar. O que existe hoje é um ‘metaverso’ que vem sendo criado, por parcela da imprensa, querendo que aconteça a eleição aqui no Brasil da mesma forma que aconteceu nos Estados Unidos”, afirmou.
De acordo com ele, o processo eleitoral é “totalmente diferente” nos EUA, o que indicaria que os episódios não devem se repetir.
“Então aqui não tem espaço para 6 de janeiro porque aqui não existe 6 de janeiro”, disse o general.
A fala de Mourão ocorre após uma declaração do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, durante um evento em Washington, no começo de julho. Na ocasião, o ministro levantou a possibilidade de o país ter um episódio “ainda mais agravado” do que a invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, após a vitória de Joe Biden nas urnas.
Mourão também negou haver “tensão” no Exército em relação às eleições:
“Por que o grupo militar estaria tenso? O grupo militar só será usado… Qual é uma das funções das Forças Armadas? Garantir a lei e a ordem, se houver uma baderna generalizada no país, independente de quem forem os baderneiros e o sistema policial não der conta disso”, afirmou.