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O número de brasileiros com restrições na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devido a problemas de visão aumentou quase 80% nos últimos dez anos. Em 2014, 14,4 milhões de motoristas só podiam dirigir usando óculos ou lentes corretivas. Os dados foram divulgados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) com base em informações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
O grupo inclui pessoas com limitações para dirigir à noite e aquelas com visão monocular (igual ou inferior a 20% em um dos olhos). Em 2024, esse número subiu para 25,4 milhões, representando um aumento de 77%.
Os dados mostram que as restrições visuais agora correspondem a 91% de todas as anotações feitas em um total de 27,9 milhões de CNHs emitidas no Brasil.
Para o CBO, esses números destacam a importância da saúde ocular e sublinham a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce de doenças oculares.
O aumento da demanda por cuidados oculares entre motoristas brasileiros é atribuído a diversos fatores, incluindo o envelhecimento da população, a exposição prolongada a telas de dispositivos eletrônicos, e o aumento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e estresse. Além disso, hábitos como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade também contribuem significativamente.
O levantamento indica que estados como Rio Grande do Norte, Paraíba e Rio de Janeiro apresentam a maior proporção de CNHs com restrições em relação ao total de condutores. Por exemplo, no Rio Grande do Norte, 42% dos condutores enfrentam restrições visuais, seguido pela Paraíba com 38% e pelo Rio de Janeiro com 34%.
Em contraste, o Acre possui o menor percentual nacional, com 20% dos motoristas enfrentando alguma forma de restrição visual.
Em comparação aos dados de 2014, alguns estados mostraram aumentos percentuais significativos no número de condutores com restrições, como Goiás (129%), Tocantins (128%), Roraima (125%), Mato Grosso (120%), e outros. Essas restrições incluem desde a necessidade de lentes corretivas até a limitação para dirigir à noite ou visão monocular.
As restrições na CNH são determinadas pelo médico do tráfego durante a avaliação exigida para a concessão ou renovação da habilitação. Esse exame considera a acuidade visual, o campo de visão, a capacidade de dirigir à noite e reagir ao ofuscamento por faróis, bem como o reconhecimento de sinais luminosos nos semáforos.
Quando identificadas deficiências visuais, os médicos recomendam avaliação especializada por um oftalmologista para diagnóstico preciso e tratamento adequado.