Um grupo de cibercriminosos conhecido como USDoD supostamente vazou informações pessoais de 2,9 bilhões de pessoas ao publicar uma base de dados intitulada “Dados Públicos Nacionais” em um fórum da dark web.
De acordo com uma ação judicial apresentada no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul da Flórida, o grupo colocou à venda essa base de dados por 3,5 milhões de dólares. O incidente expôs nomes completos, endereços e números de seguridade social dos indivíduos afetados. No entanto, a ação não especifica o momento exato nem os detalhes sobre como ocorreu a violação de segurança.
O vazamento estaria relacionado a um ataque cibernético direcionado à Jerico Pictures Inc., uma empresa de verificação de antecedentes que opera sob o nome National Public Data (NPD), conforme detalhado no processo judicial.
A ação foi movida por Christopher Hofmann, que relatou ter recebido um alerta de seu serviço de proteção contra roubo de identidade, informando que seus dados pessoais foram comprometidos e divulgados na dark web.
Hofmann acusou a National Public Data de negligência, enriquecimento ilícito e de violar tanto o dever fiduciário quanto o contrato de terceiro beneficiário. Na solicitação ao tribunal, ele pediu que a National Public Data seja obrigada a eliminar as informações pessoais de todas as pessoas afetadas e a garantir a criptografia de todos os dados coletados no futuro.
Caso confirmada, essa pode ser uma das maiores violações de dados da história, em termos de número de pessoas afetadas. Em comparação, um vazamento em 2013 na Yahoo! comprometeu os dados de aproximadamente 3 bilhões de usuários, conforme apontado pela Bloomberg Law.
O Caso Yahoo! de 2013
O ataque cibernético à Yahoo em 2013 foi um dos maiores da história da segurança digital, afetando todas as 3 bilhões de contas de usuários da empresa. Na época, a Yahoo inicialmente informou que o ataque havia impactado 1 bilhão de contas, mas em 2017 a empresa revelou que a magnitude do ataque foi muito maior.
Os dados comprometidos incluíam nomes, endereços de e-mail, números de telefone, datas de nascimento, senhas criptografadas e, em alguns casos, perguntas de segurança e suas respostas.
Além do incidente de 2013, a Yahoo relatou que, em 2014, hackers roubaram dados pessoais de mais de 500 milhões de contas de usuários.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou dois agentes de inteligência russos e dois hackers, alegando que um dos ataques tinha um duplo propósito: espionagem e ganhos financeiros.
Em 2017, as autoridades canadenses prenderam Karim Baratov, um imigrante do Cazaquistão de 22 anos, sob um mandado emitido pelos Estados Unidos. Segundo as autoridades americanas, os agentes de inteligência russos contrataram Baratov e outro hacker para realizar ataques contra a Yahoo entre 2014 e 2016.
Como se Proteger de Ataques Cibernéticos?
Os usuários podem adotar várias medidas para se proteger de ataques como os que afetaram a Yahoo:
- Utilizar senhas fortes e únicas: Evite reutilizar senhas em diferentes serviços e crie senhas longas, combinando letras, números e caracteres especiais.
- Habilitar a autenticação em dois fatores (2FA): Isso adiciona uma camada extra de segurança ao exigir um segundo fator de verificação, como um código enviado ao telefone, além da senha.
- Usar serviços de proteção contra roubo de identidade: Esses serviços podem alertar os usuários se seus dados forem comprometidos e oferecer assistência em caso de um ataque.
Embora essas medidas não garantam proteção total, elas podem reduzir significativamente o risco de ser vítima de um ataque cibernético.
