A Polícia Federal (PF) suspeita que houve vazamento de informações da operação que mirou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como o caminhoneiro Zé Trovão e cantor Sérgio Reis, no ano passado.
De acordo com o jornal O Globo, a “Polícia Federal colheu indícios de que bolsonaristas acusados de ter organizado atos antidemocráticos durante as comemorações do 7 de setembro do ano passado souberam com antecedência que seriam alvos de uma operação. Um dos suspeitos, o ex-deputado Sérgio Reis apagou o aplicativo de troca de mensagens Whatsapp antes da ação. Outro, o ativista Juliano Martins previu o número de alvos que receberiam a visita da PF dias depois, além da identidade de alguns deles”.
De acordo com o jornal, as suspeitas surgiram após a análise de celulares apreendidos no dia 20 de agosto, data da operação.
5 dias antes da ação da PF, Juliano Martins, um dos organizadores dos atos do Dia da Independência, trocou mensagens com um interlocutor e escreveu que já tinha conhecimento de que 10 integrantes do grupo, entre eles Sérgio Reis e Zé Trovão, seriam alvo de uma operação policial.
A PF encontrou o diálogo no celular de Martins. Na conversa, o interlocutor lhe perguntou a respeito de uma notícia sobre a convocação feita pelo cantor Sérgio Reis para os atos do 7 de setembro.
“O que vc tem dito sobre isso?“, questionou. Martins respondeu: “Que saiu o mandato dele. E do Zé Trovão”. O interlocutor lhe corrige e pergunta se ele não estava se referindo a um “mandado”, em vez de “mandato”.
Em seguida, Martins disse que se tratava de uma ordem de “prisão”. “Pra ele, Zé Trovão e mais 8”, escreveu o ativista.
As informações constam em relatórios relacionados ao inquérito sobre os supostos “atos antidemocráticos” de 7 de setembro.