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Na manhã desta terça-feira (26), o lobista A. de O. G. foi preso durante a Operação Sisamnes, que investiga crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. Segundo a Polícia Federal, o suspeito estava envolvido na venda de influências sobre ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e na negociação de decisões antecipadas de processos. A operação também mira assessores de ministros do STJ, incluindo chefes de gabinete.
A investigação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com as apurações, G., empresário e lobista, tinha acesso privilegiado a decisões antecipadas de ministros do STJ. Ele usava essa influência para garantir decisões favoráveis a clientes que pagavam por seus serviços. Embora se apresentasse como advogado, Gonçalves não era registrado na OAB.
A Polícia Federal também investiga os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O caso teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, no final de 2023. Durante a apuração, o celular da vítima foi apreendido pelo Ministério Público, revelando conversas comprometedores.
Nos diálogos, Zampieri, que atuava no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, trocava informações com G. sobre a venda de decisões judiciais. O lobista compartilhava minutas de decisões antecipadas do STJ e mencionava ter influência direta sobre assessores dos ministros, como Gallotti e Og Fernandes.
O esquema envolvia uma rede de advogados, lobistas, assessores de ministros, chefes de gabinete e até desembargadores. G. operava como intermediário, obtendo informações privilegiadas sobre decisões ainda não publicadas e utilizando sua rede de contatos no Judiciário para garantir resultados favoráveis aos clientes que pagavam.
Além das prisões preventivas e das buscas e apreensões realizadas em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, a operação resultou em medidas cautelares, como o afastamento de servidores envolvidos de suas funções públicas, monitoramento eletrônico de suspeitos e bloqueio de bens e valores.
Os investigadores também apuram o vazamento de informações sigilosas de operações policiais, que teriam sido negociadas no esquema, comprometendo investigações importantes.
