Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O Brasil passa por uma transformação religiosa significativa, revelam os dados mais recentes do Censo 2022, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez na história, o número de evangélicos no país atinge seu maior patamar, enquanto a Igreja Católica registra o menor percentual de adeptos em 153 anos.
Os evangélicos agora representam 26,9% da população brasileira, um aumento expressivo de 5,2 pontos percentuais em apenas 12 anos, em comparação com os 21,7% registrados no Censo 2010. Na contramão, a Igreja Católica, que em 1872 abrangia impressionantes 99,7% da população, viu sua proporção cair para 56,7% em 2022. Esta é a menor fatia católica desde os primeiros levantamentos religiosos no país. A maior queda para os católicos ocorreu entre 2000 e 2010, quando o percentual recuou 9 pontos, de 74,1% para 65,1%.
A presença evangélica é mais forte nas regiões Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%), predominando em 244 municípios. Cidades com forte influência de colonização alemã ou pomerana, como Arroio do Padre (RS), Arabutã (SC) e Santa Maria de Jetibá (ES), se destacam com altas proporções de evangélicos. Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, Manacapuru (AM) lidera, com 51,8% da população evangélica.
Em termos de cor ou raça, a maioria dos evangélicos se declara parda (49,1%), seguida por brancos (38%) e pretos (12%). Quanto à escolaridade, a maior parte (35,2%) possui ensino médio completo ou superior incompleto.
Além do declínio católico, o espiritismo também registrou queda, passando de 2,2% em 2010 para 1,8% em 2022. Em contraste, as religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, triplicaram sua representatividade, subindo de 0,3% para 1% no mesmo período. A presença de umbandistas e candomblecistas é maior no Sul (1,6%) e Sudeste (1,4%).
Um dado notável é o aumento da parcela de brasileiros que se declaram sem religião, que subiu de 8% para 9,3% em 12 anos. Municípios como Chuí (RS), Pedro Osório (RS) e Atalaia do Norte (AM) registram a maioria de sua população sem filiação religiosa.
Outros segmentos religiosos também apresentaram crescimento: seguidores de tradições indígenas (0,1%), praticantes de outras religiões (de 2,7% para 4%) e aqueles que não souberam ou não declararam (de 0,1% para 0,2%).
Apesar da queda, os católicos ainda são maioria em todas as regiões do país, com maior concentração no Nordeste (63,9%) e Sul (62,4%). Já a maior concentração de espíritas está na Região Sudeste, onde representam 2,7% da população, e os que se declararam sem religião são mais representativos nesta mesma região (10,5%).
Os dados do Censo 2022 reforçam uma tendência de diversificação religiosa no Brasil, marcando um novo capítulo na paisagem espiritual do país.
