O Google anunciou, na quinta-feira (8), uma grande reformulação do Bard, seu chatbot e assistente de inteligência artificial, incluindo um novo app e opções de assinatura. O Bard, principal concorrente do ChatGPT da OpenAI, agora se chama Gemini, o mesmo nome do conjunto de modelos de IA que alimenta o chatbot.
Além disso, o Google divulgou novas formas de acesso à ferramenta de IA: usuários do Android já podem baixar um novo app dedicado para o Gemini, enquanto usuários do iPhone podem acessá-lo dentro do app Google no iOS.
A reformulação da marca e o lançamento do app reforçam o compromisso do Google em desenvolver e investir pesadamente em assistentes ou agentes de IA, um termo usado frequentemente para descrever ferramentas que vão desde chatbots até assistentes de codificação e outras ferramentas de produtividade.
O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, destacou o compromisso da empresa com a IA durante a teleconferência de resultados em 30 de janeiro. Pichai afirmou que, a longo prazo, deseja oferecer um agente de IA capaz de realizar cada vez mais tarefas em nome do usuário, inclusive dentro da Pesquisa Google, embora tenha admitido que “há muita execução pela frente”. Executivos de gigantes da tecnologia como Microsoft e Amazon também enfatizaram sua dedicação à construção de agentes de IA como ferramentas de produtividade.
As mudanças no Gemini são um primeiro passo para “construir um verdadeiro assistente de IA”, disse Sissie Hsiao, vice-presidente do Google e gerente geral do Google Assistant e Bard, a repórteres em uma ligação na quarta-feira.
O Google também anunciou uma nova opção de assinatura de IA, para usuários avançados que desejam acesso ao Gemini Ultra 1.0, o modelo de IA mais poderoso da empresa. O acesso custa US$ 19,99 (cerca de 99,63) por mês através do Google One, o serviço de armazenamento pago da empresa. Para assinantes existentes do Google One, esse preço inclui os planos de armazenamento que eles já podem estar pagando. Há também um teste gratuito de dois meses disponível.
Os lançamentos de quinta-feira estão disponíveis para usuários em mais de 150 países e territórios, mas limitados ao idioma inglês por enquanto. O Google planeja expandir o suporte a idiomas para incluir japonês e coreano em breve, além de outras línguas.
A mudança de marca do Bard também afeta o Duet AI, o antigo nome do Google para os “agentes de IA empacotados” do Google Workspace e Google Cloud, projetados para aumentar a produtividade e realizar tarefas simples para empresas clientes como Wayfair, GE, Spotify e Pfizer. As ferramentas agora serão conhecidas como Gemini para Workspace e Gemini para Google Cloud.
Assinantes do Google One que pagam pela assinatura de IA também terão acesso aos recursos de assistente do Gemini no Gmail, Docs, Sheets, Slides e Meet, informaram executivos à imprensa na quarta-feira. O Google espera incorporar mais contexto do conteúdo dos usuários no Gmail, Docs e Drive ao Gemini. Por exemplo, se você estiver respondendo a um longo email, as respostas sugeridas poderiam, eventualmente, considerar o contexto de mensagens anteriores na conversa e arquivos potencialmente relevantes do Google Drive.
Qual o motivo da mudança ampla de nome? Hsiao, do Google, disse à imprensa na quarta-feira que se trata de ajudar os usuários a entender que estão interagindo diretamente com os modelos de IA que sustentam o chatbot.
“Bard era a forma de falar com nossos modelos de ponta, e Gemini são nossos modelos de ponta”, disse Hsiao.
Eventualmente, os agentes de IA poderiam potencialmente agendar reuniões online verificando a disponibilidade de todos em seus calendários, reservar viagens e atividades, comprar presentes para pessoas queridas ou desempenhar uma função de trabalho específica, como vendas outbound. Atualmente, porém, as ferramentas, incluindo o Gemini, estão limitadas a tarefas como resumos, geração de listas de tarefas ou auxílio na escrita de código.
“Usaremos novamente a IA generativa lá, especialmente com nossos modelos mais avançados e o Bard”, disse Pichai na teleconferência de resultados de 30 de janeiro, falando sobre o Google Assistant e a Pesquisa Google. Isso “nos permite agir mais como um agente ao longo do tempo, se eu pensar no futuro e talvez ir além de respostas e seguimento para os usuários ainda mais”.
