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No primeiro pregão de junho, o dólar encerrou o dia em baixa de 0,75%, cotado a R$ 5,72, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou leve queda de 0,18%, fechando aos 136.786 pontos. O cenário de mercado refletiu as recentes tensões provocadas pela escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, além das revisões nas projeções econômicas domésticas.
Nesta manhã, o presidente americano Donald Trump anunciou o aumento das tarifas sobre aço e alumínio importados, elevando a alíquota de 25% para 30%, medida que passa a valer a partir desta quarta-feira (4). “Nossas indústrias de aço e alumínio estão se recuperando como nunca. Esta será mais uma GRANDE notícia para nossos maravilhosos trabalhadores do setor”, declarou Trump em sua rede social Truth Social.
No mercado acionário, o Ibovespa inverteu o sinal e fechou em queda, influenciado pela aversão ao risco global. Apesar da valorização das commodities, que beneficiou ações como Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3), que subiram entre 0,7% e 1,17%, setores ligados ao mercado doméstico e de serviços públicos fecharam em vermelho. Entre os destaques negativos estavam Equatorial (EQTL3) com queda de 0,57%, B3 (B3SA3) recuando 2,44% e Itaú (ITUB4) em baixa de 0,79%. No segmento cíclico, Localiza (RENT3) e Cogna (COGN3) também operaram em queda.
A disputa comercial entre EUA e China segue em evidência, após Trump acusar Pequim de violar o acordo tarifário firmado em Genebra. O governo chinês rebateu, afirmando que as ações americanas, como restrições à venda de software para design de chips, alertas contra o uso de tecnologia Huawei e cancelamento de vistos para estudantes chineses, prejudicam seriamente o acordo.
Apesar do clima de tensão, o dólar apresentou leve alívio ante o real. Analistas destacam que o mercado financeiro mantém o chamado “TACO” (Trump Always Chickens Out, em tradução livre, “Trump sempre recua”), referindo-se à tendência do presidente americano de recuar em medidas ou discursos mais agressivos.
No cenário nacional, o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central trouxe uma ligeira redução na projeção para a inflação em 2025. A expectativa para o IPCA caiu de 5,50% para 5,46%, ainda acima do teto da meta oficial, que é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Outro ponto de atenção no país é a discussão sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que está em debate no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que acredita ser possível avançar na regulação do imposto e iniciar o debate sobre reformas estruturais ainda nesta semana.
Para complicar o cenário, a agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou a perspectiva para a economia brasileira de “positiva” para “estável”, refletindo a incerteza diante dos desafios fiscais e econômicos enfrentados pelo país.
