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O mundo do cinema se despede de uma de suas figuras mais talentosas. Val Kilmer, lembrado por sua icônica interpretação de Tom “Iceman” Kazansky em Top Gun (1986), seu papel como Jim Morrison em The Doors (1991) e sua controversa incursão como Batman em Batman Eternamente (1995), faleceu na noite de terça-feira em Los Angeles, aos 65 anos.
Sua filha, Mercedes Kilmer, confirmou a notícia ao The New York Times e informou que a causa da morte foi pneumonia. O ator, que havia superado uma batalha contra o câncer de garganta desde 2014 que o deixou sem voz, estava cercado de familiares e amigos em seus últimos momentos.
Ao longo de sua carreira, Val Kilmer se tornou um dos atores mais bem pagos de Hollywood na década de 90, acumulando uma fortuna considerável. Segundo Parade e Marca, seu patrimônio líquido no momento de sua morte estava avaliado em US$ 10 milhões. Embora em seu auge pudesse ter acumulado cifras muito maiores, diversos fatores — como seu custoso divórcio e sua doença — afetaram sua estabilidade econômica nos últimos anos.
Kilmer alcançou salários impressionantes por seus papéis em grandes produções. Segundo Marca, por Batman Eternamente recebeu US$ 7 milhões, cifra que ajustada à inflação equivale a aproximadamente US$ 12 milhões em 2025. Em 1997, seu contrato por O Santo e A Ilha do Dr. Moreau lhe rendeu US$ 13 milhões em conjunto (aproximadamente US$ 20 milhões atuais). Seu maior pagamento único foi em 1999, quando cobrou US$ 9 milhões por À Primeira Vista, o que equivale a US$ 14 milhões hoje em dia.
No entanto, apesar desses grandes ganhos, sua reputação na indústria e problemas pessoais fizeram com que as ofertas profissionais flutuassem. Conhecido por seu perfeccionismo e exigência, Kilmer foi classificado como um ator difícil de trabalhar. Em 1996, Entertainment Weekly o catalogou como “O homem que Hollywood ama odiar”, e o diretor John Frankenheimer, que trabalhou com ele em A Ilha do Dr. Moreau, o condenou publicamente: “Há duas coisas que nunca farei na minha vida: escalar o Monte Everest e trabalhar com Val Kilmer de novo”.
Por outro lado, Kilmer também escreveu livros e trabalhou no teatro, mesmo enquanto enfrentava problemas de saúde. Em 2020, publicou sua autobiografia I’m Your Huckleberry: A Memoir, que se tornou um sucesso de vendas. Também realizou projetos como Citizen Twain (2017), seu espetáculo solo sobre Mark Twain, que foi aclamado pela crítica.
Um dos maiores ativos de Kilmer foi sua vasta propriedade no Novo México. O ator possuía um rancho de 5.300 acres às margens do rio Pecos, o qual vendeu em 2011 por US$ 18,5 milhões, embora tenha conservado 14 acres para si mesmo, segundo Parade. Outras fontes, como Marca, indicam que até sua morte ainda retinha 160 acres de terreno.
Ao longo de sua vida, o ator também enfrentou reveses econômicos. Seu divórcio com a atriz Joanne Whalley, com quem foi casado entre 1988 e 1996, teve um impacto significativo em seu patrimônio. Embora não tenham sido reveladas cifras exatas, sabe-se que Kilmer teve que enfrentar uma importante liquidação de bens.
Além disso, seus problemas de saúde e tratamentos contra o câncer de garganta o afastaram dos grandes projetos e reduziram seus ganhos.
Kilmer deixa seus dois filhos, Mercedes, de 33 anos, e Jack, de 29, fruto de seu casamento com Whalley. Ambos seguiram caminhos artísticos: Mercedes trabalhou no cinema independente, enquanto Jack é ator e músico. Não foi revelado ainda como será distribuída a herança, mas é provável que eles sejam os principais beneficiários.
Além de seus filhos, o ator tinha uma estreita relação com sua comunidade artística e causas filantrópicas. Durante anos, Kilmer apoiou os afetados pelo furacão Katrina, doou os lucros de um álbum musical para famílias de policiais que morreram no 11 de setembro e foi um defensor dos direitos dos nativos americanos e da preservação do meio ambiente.
