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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou o envio de uma equipe federal ao Rio de Janeiro para acompanhar de perto a situação após a operação policial que deixou pelo menos 119 mortos em ações contra o Comando Vermelho.
Em coletiva concedida em Brasília, após reunião no Palácio do Planalto, Lewandowski informou que viajará à capital fluminense ao lado de Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, para realizar uma análise detalhada da operação e seus desdobramentos.
“Vamos procurar minimizar o sofrimento do povo, apoiar as forças de segurança e intensificar naquilo que for possível no combate às organizações criminosas”, afirmou o ministro.
Segundo Lewandowski, o governo federal já colocou à disposição vagas em presídios federais para transferir lideranças do Comando Vermelho e anunciou o envio de peritos criminais e legistas de dados para auxiliar na elucidação dos crimes com base em informações dos bancos de dados federais.
GLO não foi cogitada
Questionado sobre a possibilidade de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no estado, o ministro descartou a medida neste momento. Ele explicou que, pela legislação, o instrumento só pode ser acionado após um pedido formal do governador, reconhecendo a incapacidade das forças locais de manter a segurança pública.
“Segundo a lei, o governador precisa reconhecer a incapacidade das forças locais de enfrentarem essa turbulência, essa agitação, esta ameaça à segurança pública”, afirmou.
Operação “extremamente cruenta”
Lewandowski ressaltou que o governo federal ainda não dispõe de todos os dados concretos sobre a operação, e que uma avaliação mais precisa será feita in loco, durante a visita ao Rio de Janeiro.
“Nós vamos ao Rio de Janeiro in loco, verificar qual é o número de mortos, de feridos, quem é que foi atingido efetivamente. A primeira impressão que se tem, é óbvio, é que foi uma operação extremamente cruenta, extremamente violenta, e vamos pensar se esse tipo de ação é compatível ao Estado Democrático de Direito”, declarou o ministro.
O envio da equipe federal ocorre em meio à repercussão nacional da operação Contenção, que mobilizou centenas de agentes nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, resultando em mortes, prisões e apreensões de armas e drogas.