Nesta sexta-feira (07), o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, por meio do porta-voz Ruppert Colville, em coletiva de imprensa, disse que a entidade está “profundamente perturbada” com as 25 mortes na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro (RJ).
“Estamos profundamente perturbados pelas mortes de 25 pessoas numa operação policial”, declarou Colville.
Para a ONU Direitos Humanos, a operação confirma que, no Brasil, a polícia se excede no uso da força e da autoridade. Ainda segundo o porta-voz, o modelo de segurança pública em comunidades está errado. Pontuou ainda que uma investigação imparcial deve ser aberta para apurar o caso.
A organização não nega a existência do crime organizado e do tráfico de drogas nas comunidades, mas contesta a abordagem utilizada pelos policiais. “A forma de lidar com isso é com responsabilidade por parte das autoridades, para garantir que população civil, mulheres e crianças não sejam afetadas”, salienta Colville.
De acordo com o porta-voz, o governo tem a responsabilidade de “equilibrar o policiamento necessário no caso de atividades criminosas”, a fim de “proteger a população civil de mortes e ferimentos, além de crimes”.
De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Especializada do Rio de Janeiro, dos 25 mortos na operação em Jacarezinho, 24 eram traficantes. Um polícial também foi abatido durante a ação.
“A única execução que houve na operação foi a do policial, infelizmente. Esse foi realmente executado, friamente, pelos traficantes. As outras mortes que aconteceram, infelizmente, foram de traficantes que atentaram contra a vida dos policiais, houve a resposta e acabaram neutralizados. É simples assim”, disse Curi.