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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não deu ordem para prorrogar o cessar-fogo de Páscoa na Ucrânia, declarou neste domingo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à agência de notícias TASS.
O cessar-fogo expira à meia-noite (21h00 GMT) deste domingo.
Putin anunciou surpreendentemente no sábado uma “trégua humanitária” de 30 horas pela Páscoa, uma cessação das hostilidades que teria sido a mais significativa em mais de três anos de guerra.
Desde o início da suposta trégua, às 15h00 GMT de sábado, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou as tropas russas de continuarem os ataques e neste domingo reportou novas ofensivas.
Segundo o chefe de Estado ucraniano, as tropas de Putin lançaram “operações” em Pokrovsk e Siversk, na frente oriental, e afirmou que o exército russo “continua utilizando armamento pesado”: “As palavras da Rússia sobre um cessar-fogo para a região de Kursk, Siverski e outras direções em Donetsk (leste) ficaram em palavras vazias”.
No total, foram reportadas 46 ofensivas russas e 901 ataques neste domingo.
“Desde o começo do dia ocorreram 45 confrontos na frente”, informou o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia através de um comunicado publicado em sua conta no Facebook, onde se citou um número quase idêntico ao de “46 assaltos” que Zelensky mencionou em sua conta no Telegram.
“Infelizmente, a tendência de um maior uso de armamento pesado pelos russos continua. Desde que começou o dia até as 16h00 (13h00 GMT), um total de 46 operações de assalto russas ocorreram em várias direções”, escreveu o presidente ucraniano.
Apesar de a Rússia não ter cumprido a trégua, Zelensky havia proposto estabelecer “um cessar-fogo total, incondicional e justo que se estenda por no mínimo 30 dias”.
“Para a manhã de Páscoa podemos dizer que o exército russo tenta criar a impressão de um cessar-fogo, enquanto em algumas áreas continuam as tentativas isoladas de avançar e causar baixas na Ucrânia”, assinalou Zelensky.
A ordem de Putin de suspender os combates no fim de semana da Páscoa ocorreu após meses de tentativas frustradas do presidente americano, Donald Trump, de mediar uma trégua entre Moscou e Kiev.
Washington ameaçou na sexta-feira se retirar das conversas se não houver avanços para terminar o conflito, que começou em fevereiro de 2022 com a invasão lançada pela Rússia contra a Ucrânia. O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, afirmou que Washington dará um passo ao lado se a paz entre Moscou e Kiev não for “viável”.
No entanto, Trump assinalou que observa “entusiasmo” pela paz tanto por parte da Rússia quanto da Ucrânia e que confia em “conseguir” que as negociações sigam avançando rumo a um acordo.
Zelensky, por sua vez, respondeu no sábado no X que “se a Rússia estiver repentinamente disposta a se comprometer de verdade (…) a Ucrânia agirá em conformidade, refletindo as ações da Rússia”.
Neste domingo, em Kiev, muitos cidadãos ucranianos expressaram suas dúvidas de que a Rússia respeite a trégua. “Eles já descumpriram sua promessa. Infelizmente, hoje em dia não podemos confiar na Rússia”, afirmou à agência AFP Olga Grachova, uma comerciante de 38 anos.
Natalia, uma médica de 41 anos, por sua vez, lamentou que as ofertas da Ucrânia não sejam correspondidas: “Ninguém responde”.
(Com informações da AFP)
