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O governo de Israel aprovou um plano militar que prevê a conquista total da Faixa de Gaza e a permanência prolongada das Forças de Defesa de Israel (FDI) no território, com o objetivo de desmantelar completamente o controle do grupo Hamas. A informação foi divulgada por um funcionário israelense nesta segunda-feira (5).
A decisão foi tomada na noite de domingo, durante uma reunião do gabinete de segurança, que aprovou por unanimidade a proposta apresentada pelo chefe do Estado-Maior das FDI, o tenente-general Eyal Zamir.
Segundo o jornal Times of Israel, o plano envolve o avanço gradual das tropas israelenses dentro do enclave palestino e o estabelecimento de controle contínuo sobre as áreas conquistadas. Autoridades israelenses descrevem a operação como uma campanha prolongada, que pode durar vários meses.
A estratégia deve começar com a ocupação militar de uma área específica — ainda não divulgada — antes de se expandir para outras regiões da Faixa de Gaza. Essa primeira fase incluirá o deslocamento de civis para o sul do enclave, enquanto as forças israelenses atacam estruturas militares e lideranças do Hamas.
“O objetivo é impedir que o Hamas continue controlando o território e assumir diretamente as responsabilidades de segurança e assistência humanitária”, afirmou um alto funcionário israelense. O plano também busca evitar que a ajuda internacional seja utilizada pelo grupo, algo que tem sido uma preocupação constante para o governo de Israel.
Durante a reunião do gabinete, integrantes das Forças Armadas expressaram preocupação com os riscos da ofensiva em meio à permanência de reféns israelenses sob custódia do Hamas na Faixa de Gaza. A avaliação é que uma operação em larga escala pode colocar essas vidas em perigo.
Apesar dos alertas, o plano foi aprovado por todos os membros do gabinete e deve ser executado somente após a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para a próxima semana. Até lá, Israel continuará buscando um cessar-fogo temporário e avançando nas negociações para a libertação dos reféns.
Paralelamente ao plano militar, o gabinete israelense também aprovou uma proposta para alterar o modelo de entrega de ajuda humanitária em Gaza. Conforme revelou o Times of Israel, as FDI deixarão de ser responsáveis pela distribuição direta dos suprimentos, transferindo essa função para organizações internacionais e empresas privadas de segurança. Esses grupos distribuiriam alimentos diretamente às famílias palestinas, com as tropas israelenses garantindo a segurança no entorno.
“Reduzir o desvio de ajuda pelo Hamas é fundamental para assegurar que os recursos cheguem à população civil que mais precisa”, explicaram autoridades israelenses e árabes com conhecimento do assunto. O governo de Israel acredita que limitar o contato do Hamas com os suprimentos dificultará o uso desses recursos pelo grupo para fins militares.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, foi o único a votar contra a medida, alegando que qualquer tipo de assistência poderia, ainda que indiretamente, fortalecer o Hamas. Apesar disso, a proposta foi aprovada pela maioria e será implementada “quando as condições em campo permitirem”, segundo informou uma fonte oficial.
A ofensiva planejada representa uma mudança estratégica em direção à ocupação prolongada de Gaza — possibilidade que até então vinha sendo evitada publicamente pelo governo israelense. Fontes oficiais indicam que o plano prevê “meses de combates contínuos” e não descartam uma administração militar temporária no território após uma eventual derrota do Hamas.
A atual guerra na Faixa de Gaza teve início após um ataque do Hamas ao sul de Israel, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de aproximadamente 250 reféns. Segundo o governo israelense, 59 pessoas ainda estão mantidas em cativeiro, embora se acredite que pelo menos 35 delas já tenham morrido.
