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As cidades ucranianas de Kiev e Odessa foram alvo de um novo ataque aéreo em larga escala lançado pela Rússia na madrugada desta terça-feira (9). A ofensiva, realizada com drones explosivos e mísseis, deixou ao menos uma pessoa morta, diversos feridos e danos significativos em infraestruturas civis, segundo autoridades locais.
Em Odessa, uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas após os ataques atingirem prédios residenciais, uma maternidade e um centro de emergência médica, conforme informou o governador regional Oleg Kiper. “O inimigo atacou Odessa de forma massiva com drones. Infraestruturas civis foram danificadas e há incêndios”, declarou. Ele destacou que a maternidade foi evacuada a tempo, o que evitou vítimas no local.
Na capital Kiev, o prefeito Vitali Klitschko afirmou que o ataque também foi de grande escala e pediu que a população buscasse abrigo. Nos distritos de Darnitski e Obolonski, pelo menos duas pessoas ficaram feridas. De acordo com o chefe da administração militar da capital, Timur Tkachenko, um prédio no distrito de Shevchenskivski pegou fogo, deixando mais um ferido. Uma jornalista da agência AFP relatou ter ouvido pelo menos 12 explosões, além de disparos da defesa aérea no centro da cidade.
O chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, Andrii Yermak, condenou o ataque e pediu mais sanções e apoio militar ao país.
“A Rússia mente todos os dias sobre desejar a paz, mas ataca pessoas todos os dias. É hora de impor sanções. É hora de apoiar a Ucrânia com armas. É hora de mostrar que a democracia tem força”, escreveu em seu canal no Telegram.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, entre a noite de domingo e a madrugada de segunda, a Rússia lançou 479 drones explosivos — o maior bombardeio noturno com drones desde o início da guerra. Pelo menos 20 mísseis também foram disparados em direção a diversas regiões do país. As defesas aéreas ucranianas afirmam ter interceptado 277 drones e 19 mísseis, embora 10 tenham atingido seus alvos. Esses números não puderam ser verificados de forma independente.
Diplomacia sem avanços
Paralelamente, os esforços diplomáticos seguem estagnados. A única sinalização de cooperação veio com o anúncio conjunto, na segunda-feira (8), de um novo intercâmbio de prisioneiros de guerra entre Ucrânia e Rússia. A troca deve ocorrer nos próximos dias, mas nenhuma das partes revelou o número de soldados envolvidos, alegando questões de segurança.
O acordo foi resultado da segunda rodada de negociações diretas, realizada no dia 2 de junho, em Istambul, onde ficou decidido que seriam libertados todos os prisioneiros gravemente feridos, doentes e com menos de 25 anos. Também houve um compromisso para a troca de milhares de corpos de soldados mortos em combate.
Fora esse acordo pontual, as negociações de paz continuam travadas. A Rússia exige que a Ucrânia desista de entrar na Otan e ceda os territórios que Moscou afirma ter anexado. O Kremlin também rejeitou uma proposta ucraniana — apoiada por países europeus — de uma trégua incondicional de 30 dias, alegando que isso daria tempo para o rearmamento de Kiev.
Por outro lado, a Ucrânia sustenta que qualquer cessar-fogo só pode acontecer com a retirada total das tropas russas e garantias de segurança dos aliados ocidentais, como presença militar internacional ou tratados formais.
Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, cidades como Kiev e Odessa se tornaram alvos quase diários de ataques aéreos. A nova onda de bombardeios coincide com uma renovada ofensiva terrestre no leste e nordeste do país, onde, segundo Zelensky, “a situação é muito difícil”.
Enquanto isso, as negociações diretas seguem sem avanços significativos, e o conflito continua a se intensificar. Moscou reafirma que não interromperá a ofensiva até que suas exigências sejam atendidas. A comunidade internacional, por sua vez, segue preocupada com o impacto humanitário, especialmente em áreas densamente povoadas como Kiev e Odessa.
(Com informações da AFP)
