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Israel e Irã trocaram novos ataques na sexta-feira (20), uma semana após o início da guerra entre os dois países, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia uma possível intervenção militar americana e articulações diplomáticas parecem estar em andamento.
Segundo assessores, Trump estuda ordenar um ataque à instalação de enriquecimento de urânio de Fordo, no Irã, uma estrutura fortemente protegida, construída sob uma montanha, considerada fora do alcance de praticamente todas as bombas — com exceção das bombas americanas destruidoras de bunkers. O presidente afirmou que deve decidir nas próximas duas semanas se os Estados Unidos participarão diretamente do conflito, argumentando haver uma “grande oportunidade” para retomar negociações sobre o programa nuclear iraniano.
“Estamos reforçando nosso controle aéreo na região e avançando com nossa ofensiva aérea”, declarou Trump. “Temos mais alvos em Teerã, no oeste do Irã e em outros locais.”
Diplomacia em movimento
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, teria embarcado em direção a Genebra para se encontrar com representantes da União Europeia, Reino Unido, França e Alemanha, segundo informações de rastreamento aéreo. Um avião com o indicativo diplomático usual partiu da cidade turca de Van, próxima à fronteira com o Irã. O governo iraniano costuma confirmar viagens oficiais apenas horas após o embarque.
Enquanto isso, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido informou ter se reunido na Casa Branca com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o enviado especial Steve Witkoff, para discutir um possível acordo que possa conter a escalada do conflito.
Bombardeios e ameaças
Na madrugada de sexta-feira, bombardeios israelenses atingiram a cidade de Rasht, às margens do mar Cáspio, segundo veículos de imprensa iranianos. O exército israelense havia alertado os moradores para deixarem a área próxima à Zona Industrial de Rasht. No entanto, com o bloqueio de internet imposto pelo Irã, não se sabe quantas pessoas conseguiram ver o aviso.
Do outro lado do conflito, mísseis iranianos atingiram áreas residenciais no sul de Israel. Segundo o serviço de emergência Magen David Adom, cinco pessoas ficaram levemente feridas, com hematomas, inalação de fumaça e crises de ansiedade. Um dos mísseis danificou um prédio de seis andares. O episódio ocorreu um dia após um ataque atingir o Centro Médico Soroka, em Beersheba, deixando ao menos 80 feridos, entre pacientes e profissionais de saúde.
Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçou diretamente o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. “O exército israelense recebeu ordens claras: para alcançar todos os objetivos, esse homem não pode continuar existindo”, declarou.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou confiar nas decisões de Trump. “Tenho certeza de que ele fará o que for melhor para os Estados Unidos”, disse, em meio aos escombros do hospital atingido. “Posso assegurar que ele já está ajudando muito.”
Escalada militar e números do conflito
O conflito teve início em 13 de junho, com bombardeios israelenses contra instalações nucleares e militares, bem como generais e cientistas nucleares iranianos. Segundo um grupo iraniano de direitos humanos com sede em Washington, ao menos 657 pessoas morreram no Irã, incluindo 263 civis, e mais de 2.000 ficaram feridas.
Em resposta, o Irã lançou cerca de 450 mísseis e 1.000 drones contra alvos em Israel, conforme estimativas do exército israelense. A maioria foi interceptada pelas defesas aéreas do país, mas ao menos 24 pessoas morreram em Israel e centenas ficaram feridas.
O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos, embora seja o único país não detentor de armas nucleares que enriquece urânio a 60% — um patamar próximo ao necessário para armamento bélico (90%).
Israel, por sua vez, nunca confirmou oficialmente ter armas nucleares, embora seja amplamente considerado o único país do Oriente Médio com esse tipo de arsenal.
A campanha aérea de Israel tem como alvo instalações nucleares como Natanz, oficinas de centrífugas nos arredores de Teerã, uma planta nuclear em Isfahan e os principais lançadores de mísseis balísticos iranianos. A destruição dessas estruturas teria reduzido a intensidade dos ataques do Irã nos últimos dias.
Com informações da AP
