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China e Estados Unidos anunciaram um acordo definitivo sobre a exportação de bens estratégicos, incluindo as terras raras, após a conclusão de sua última rodada de negociações em Londres. A confirmação foi feita nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Comércio chinês em comunicado oficial, informando que ambos os governos “mantiveram uma comunicação próxima” e que, “com aprovação, ambas as partes confirmaram os detalhes do acordo”.
O documento chinês esclarece que, como parte do entendimento, “a China revisará e aprovará as solicitações de exportação de bens controlados que cumpram com as condições segundo a lei”. Essa afirmação se refere diretamente às restrições impostas por Pequim no início de abril sobre a venda de minerais críticos como as terras raras, recursos essenciais para indústrias chave como defesa, tecnologia avançada e o setor automotivo.
Em contrapartida, os Estados Unidos se comprometem a remover “uma série de medidas restritivas” adotadas contra a China. O comunicado, no entanto, não detalha quais medidas serão suspensas nem os prazos para isso. Essa concessão americana está alinhada com o que foi acordado na conversa de 5 de junho entre o presidente chinês Xi Jinping e seu homólogo estadunidense Donald Trump, que permitiu a retomada dos contatos comerciais em nível técnico.
“Espera-se que EUA e China encontrem um termo médio e cumpram com os importantes consensos e requisitos alcançados pelos chefes de Estado”, diz o comunicado chinês, fazendo referência ao diálogo presidencial que facilitou a reativação das negociações formais na capital britânica.
Trump Anunciou Acordo Anteriormente
A confirmação deste acordo pelo governo chinês ocorre um dia depois de Donald Trump ter afirmado publicamente que “os Estados Unidos assinaram um acordo com a China”, sem oferecer detalhes. Segundo o então presidente republicano havia adiantado em meados de junho, o pacto incluiria uma tarifa de 55% imposta pelos EUA sobre produtos chineses e uma tarifa recíproca de 10% por parte de Pequim sobre bens americanos.
O acordo de Londres sela um quadro de cooperação baseado no “consenso” alcançado na chamada presidencial, mas dependia da ratificação final de ambos os líderes. A assinatura chega após uma série de tensões renovadas, motivadas por acusações mútuas de incumprimento do pacto alcançado em maio em Genebra, que deu origem a uma trégua comercial de 90 dias.
No âmbito desse entendimento prévio, a China havia reduzido suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%, enquanto Washington reduziu as suas de 145% para 30% sobre bens chineses. No entanto, ambas as partes se acusaram mutuamente de violar o acordo: Pequim denunciou restrições americanas sobre a exportação de chips de inteligência artificial e software de design de semicondutores, bem como medidas migratórias contra estudantes chineses. Washington, por sua vez, criticou as limitações chinesas sobre a exportação de terras raras.
A disputa comercial entre os dois países intensificou-se desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, com uma renovada ofensiva tarifária que reativou a guerra comercial iniciada em 2018. Essa escalada resultou em uma situação de embargo parcial, com efeitos globais sobre cadeias de suprimentos e mercados estratégicos.
Com este novo acordo, China e Estados Unidos buscam desescalar as tensões mediante compromissos mútuos em comércio e exportações chave. No entanto, ainda resta determinar como as medidas anunciadas serão implementadas e se ambas as partes cumprirão os prazos e condições estabelecidos. Por enquanto, o entendimento representa um passo a mais na volátil relação bilateral entre as duas principais economias do mundo.
