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O regime do Irã realiza neste sábado (28) funerais de Estado para altos comandantes militares e cientistas nucleares mortos durante o recente conflito com Israel, em meio a uma crescente tensão diplomática com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os veículos de comunicação estatais iranianos classificaram o evento como um tributo aos “mártires da guerra imposta pelo regime sionista”. Imagens divulgadas mostraram caixões cobertos com bandeiras iranianas e retratos dos falecidos uniformizados, dispostos na Praça Enghelab, em Teerã. A cerimônia continuou com uma procissão que seguiu por cerca de 11 quilômetros até a Praça Azadi, e o percurso deve durar várias horas.
Entre os mortos homenageados estão o general Mohammad Bagheri, número dois das Forças Armadas iranianas, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, ambos abatidos em ataques israelenses. O cientista nuclear Mohammad Mehdi Tehranchi também faleceu.

Majid Asgaripour/WANA via REUTERS)
Mohsen Mahmoudi, chefe do Conselho de Coordenação para o Desenvolvimento Islâmico de Teerã, classificou o dia como “histórico para o Irã islâmico e a revolução”.
Tensão Persiste Apesar do Cessar-Fogo
O conflito, que durou 12 dias e começou em 13 de junho, finalizou com um cessar-fogo. Durante o enfrentamento, os Estados Unidos se envolveram diretamente, atacando três instalações nucleares iranianas em coordenação com operações israelenses. Por sua vez, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, minimizou os bombardeios de Washington, assegurando que “não fizeram nada significativo”.
Nesta sexta-feira (27), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu com dureza em sua rede social Truth Social, criticando Teerã por se declarar vencedor do conflito. “Eu o salvei de uma morte muito feia e desonrosa”, escreveu Trump em referência a Khamenei, afirmando que havia impedido que forças americanas e israelenses o matassem.

(Ministério das Relações Exteriores do Irã/WANA via REUTERS)
O mandatário norte-americano assegurou que vinha trabalhando nos últimos dias em um possível levantamento de sanções contra o Irã, uma das principais demandas do regime. No entanto, afirmou ter interrompido essas gestões após receber o que descreveu como uma “declaração de ira, ódio e repugnância” de Teerã.
Neste sábado, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, respondeu a Trump: “Se o presidente Trump é sincero em sua intenção de conseguir um acordo, deve deixar de lado o tom desrespeitoso e inaceitável para com o líder supremo do Irã, o grande aiatolá Khamenei”, escreveu na rede X. E acrescentou que “o grande e poderoso povo iraniano não tolera ameaças nem insultos”.
Durante seu primeiro mandato, Trump se retirou em 2018 do acordo nuclear alcançado sob a presidência de Barack Obama, que limitava o acesso do Irã à arma nuclear em troca de permitir o desenvolvimento de um programa civil. Teerã reativou seu desenvolvimento nuclear após essa saída.

(AP/Vahid Salemi)
Apesar do cessar-fogo, as tensões persistem. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmou nesta sexta-feira que a comunidade internacional tem a obrigação de impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear. Em uma publicação na rede social X, Saar sustentou que “Israel agiu no último momento possível contra uma ameaça iminente para si mesmo, a região e a comunidade internacional”. Ele completou: “Agora, a comunidade internacional tem a obrigação de evitar, por qualquer meio eficaz, que o regime mais extremo do mundo obtenha a arma mais perigosa”.
