Após extensas negociações, a Americanas finalizou um acordo com seus credores referente ao plano de recuperação judicial, marcando mais um avanço na implementação das medidas planejadas. Como parte do acordo, a empresa receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, provenientes tanto dos acionistas principais quanto da conversão de dívidas pelos bancos credores. Após a execução do plano, a expectativa é que a dívida bruta da companhia seja reduzida para R$ 1,875 bilhão, representando uma significativa diminuição em relação aos R$ 37,331 bilhões registrados no final de 2022.
A assembleia de credores da Americanas está marcada para 19 de dezembro. A empresa afirmou que os credores que manifestaram apoio concordaram em “dar suporte” e a votarem favoravelmente ao plano de recuperação.
Entre os termos aprovados em acordo, ficou determinado:
- Ampliação do capital da empresa em R$ 12 bilhões, a ser realizado pelo seu trio de acionistas: Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Fica assegurado a demais acionistas da companhia o direito de preferência.
- Pagamento integral de credores com créditos de até R$ 12.000.
- Disponibilização de R$ 40 milhões aos credores com crédito superior a R$ 12.000. Aqueles que aceitaram R$ 12.000 devem renunciar ao recebimento do valor excedente e dar a quitação a Americanas.
- Pagamento nas condições originais para credores das Classes I e IV (trabalhistas e micro e pequenos empreendedores).
- Condições diferenciadas de pagamento, incluindo pagamento integral, em alguns casos, para os fornecedores da companhia.
- Realização de assembleia geral de acionistas da companhia depois da conclusão do aumento de capital, com objetivo de deliberar sobre a eleição de nova chapa para compor o seu conselho de administração.
- Destinação de até R$ 8,7 bilhões para pagamento de credores financeiros, por meio de leilão reverso (R$ 2 bilhões) ou pagamento antecipado de créditos com desconto (R$ 6,7 bilhões).
O acordo estabelece que, depois de colocar as medidas em prática, a Americanas será reestruturada com até R$ 1,875 bilhão da dívida bruta.
A Americanas também prevê no plano uma previsão para as ações a serem emitidas. A cada três novos papéis emitidos, haverá um bônus de subscrição, cujo preço de exercício será de 1 centavo de real.
A companhia, que tem dívida estimada em cerca de R$ 50 bilhões, também prevê no plano R$ 2 bilhões para pagamento de credores financeiros por meio de mecanismo de leilão reverso e R$ 6,7 bilhões para aqueles que optarem por receber antecipadamente, mas com forte desconto.