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O Itaú Unibanco apresentou uma proposta de indenização aos mais de 1.000 funcionários desligados por baixa produtividade durante o regime remoto e híbrido. A oferta foi feita na segunda-feira (6), em negociação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, e será submetida à decisão dos ex-colaboradores em assembleia marcada para quinta-feira (9).
Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o pacote de indenização varia conforme o tempo de casa:
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Funcionários com até 23 meses de banco: recebem 4 pisos salariais, parcela fixa de R$ 9.000, 13ª cesta-alimentação e adicional variável baseado no tempo de serviço.
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Funcionários com mais de 24 meses de banco: recebem 6 pisos salariais, meio salário por ano trabalhado (com teto de 10 salários), parcela fixa de R$ 9.000 e 13ª cesta-alimentação. Ambos os grupos também terão manutenção de taxa diferenciada de financiamento imobiliário.
As demissões ocorreram após o banco identificar inconsistências entre as horas registradas e a atividade digital efetivamente realizada pelos colaboradores, monitorados durante quatro meses por sistemas corporativos como o xOne, que registra dados de uso do computador. Em comunicado interno, o Itaú informou que “alguns casos críticos chegaram a patamares de 20% de atividade digital no dia e ainda assim registraram horas extras, sem justificativa”.
O banco destacou que situações como essas prejudicam o ambiente de trabalho, desgastam relações e comprometem o modelo híbrido, que visa oferecer mais flexibilidade aos funcionários.
O TRT-SP mediou as negociações em São Paulo, promovendo um ambiente de conciliação para evitar ações judiciais coletivas e individuais. Os termos finais do acordo não foram divulgados publicamente, permanecendo sob sigilo a pedido do sindicato. Caso aprovado, os ex-funcionários terão seis meses para aderir individualmente ao acordo.
A proposta de reintegração solicitada pelo sindicato não foi aceita pelo banco. Em nota, Neiva Ribeiro, presidente do sindicato, afirmou:
“Reafirmamos nossa indignação e repúdio com relação à demissão em massa e à forma como foi conduzida pelo Itaú, reforçando que a mobilização sobre o futuro do home office, privacidade e transparência em ferramentas de monitoramento seguirá até que os bancários tenham seus direitos assegurados.”
O Itaú, por sua vez, contestou a caracterização de demissão em massa e explicou que os desligamentos foram plúrimos, considerando condições individuais, sem objetivo de reduzir quadro, e fundamentados em aderência à jornada e produtividade digital, sempre em conformidade com a legislação e políticas internas.
“O Itaú fomenta diálogo permanente e estruturado com as entidades que representam seus colaboradores, em linha com sua cultura e com absoluto respeito às normas coletivas. Os termos finais do acordo ainda estão sob segredo de justiça por pedido do sindicato até a assembleia”, disse o banco.
A decisão dos ex-funcionários sobre a aceitação da indenização será conhecida após a assembleia desta quinta-feira (9), que pode definir os próximos passos das negociações entre o Itaú e os bancários desligados.