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Apesar do crescimento nas vendas e da percepção de que são uma alternativa mais saudável, as cervejas sem álcool podem representar riscos à saúde quando consumidas regularmente, segundo estudo publicado no periódico Nutrients. A pesquisa, conduzida por cientistas da Alemanha e dos Estados Unidos, observou efeitos metabólicos negativos em homens jovens e saudáveis que ingeriram duas garrafas diárias da bebida durante quatro semanas.
De acordo com os pesquisadores, o consumo regular de cervejas sem álcool elevou os níveis de açúcar no sangue e provocou acúmulo de insulina, o que aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Além disso, foram registrados aumentos nos níveis de colesterol LDL (considerado prejudicial) e de triglicerídeos — gorduras ligadas a doenças cardiovasculares.
As conclusões foram obtidas por meio de testes sanguíneos em 44 voluntários que consumiram diariamente dois frascos de 330 ml de cerveja sem álcool ou água. Os efeitos foram mais pronunciados nas cervejas de trigo e nas chamadas “cervejas mistas”, que geralmente incluem refrigerantes saborizados, como os de laranja ou limão. Já as cervejas do tipo Pilsner, mais leves e com até 0,5% de teor alcoólico, apresentaram impacto um pouco menor, mas ainda assim negativo.
Os pesquisadores alertam que o alto teor de calorias e de açúcar presente em muitas dessas bebidas pode contribuir para o aumento de peso e outros distúrbios metabólicos. “A cerveja não alcoólica é cada vez mais consumida como uma alternativa a bebidas alcoólicas. Mas os benefícios e riscos ainda não são completamente conhecidos. Descobrimos que elas têm um efeito desfavorável no metabolismo, principalmente impulsionado pelo seu conteúdo calórico e de açúcar”, afirmaram no relatório.
O alerta vem em meio a um cenário de forte crescimento no consumo desse tipo de produto. Apenas no Reino Unido, as vendas em bares de cervejas sem álcool chegaram a 120 milhões de pints em 2023 — um aumento de 14% em relação ao ano anterior e de quase 78% desde 2019. A tendência reflete uma mudança de comportamento entre consumidores que buscam reduzir o consumo de álcool em nome da saúde. Porém, segundo o novo estudo, nem sempre a substituição resulta em benefícios reais.
