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A Polícia Civil de Mato Grosso, com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública, deflagrou nesta terça-feira (27) a Operação Mão de Ferro 2. A ação desmantelou uma rede criminosa responsável por crimes cibernéticos de extrema gravidade, especialmente contra crianças e adolescentes, atuando em todo o país.
A operação contou com a participação das Polícias Civis de 12 estados, incluindo Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados judiciais, entre prisões, apreensões e internações socioeducativas, em 25 municípios de diversas regiões do Brasil.
Tortura de animais em live e exploração de jovens
Um dos crimes chocantes investigados é a tortura e morte de um gato em uma transmissão ao vivo em rede social. O ato, assistido por cerca de 400 pessoas, contou com incentivo aos maus-tratos ao animal, segundo o delegado Gustavo Godoy. “Chama-se conteúdo Gore. Eles fizeram uma live matando um gato, e as pessoas pediam para espetar o olho e cortar a cabeça do animal. No final, tiraram toda a pele do gato. Isso mostra maldade, eles querem causar dor não só a uma pessoa, mas também a um animal”, explicou Godoy.
O grupo, que tinha como principais alvos meninas, praticava crimes como a promoção de automutilação e suicídio, perseguição (stalking), ameaças, produção e compartilhamento de materiais de abuso sexual infantil, apologia ao nazismo e invasão de sistemas, incluindo acesso ilegal a bancos de dados públicos.
Adolescentes envolvidos e lucros com o crime
Em Mato Grosso, foram cumpridos três mandados: um de busca e apreensão contra uma adolescente de 16 anos, em Sinop, e dois de busca e apreensão e internação provisória contra o chefe do grupo, um adolescente de 15 anos, em Rondonópolis.
Este adolescente de 15 anos é apontado como administrador da transmissão da tortura do animal e já havia sido investigado anteriormente por apologia ao nazismo e por promover automutilação entre jovens na internet em outras duas operações. A Polícia Civil informou que o jovem lucrava cerca de R$ 3 mil por mês vendendo materiais de violência e exploração sexual infantil. Prints divulgados pela Polícia Civil mostram o investigado ameaçando divulgar fotos e vídeos íntimos de uma das vítimas durante uma conversa no WhatsApp.
“Esse tipo de grupo é uma epidemia, eles se inspiram muito com o que acontece no exterior, séries e filmes. Isso começou há cerca de um ano”, disse o delegado.
A Operação Mão de Ferro 2 reforça a resposta rigorosa do Estado no enfrentamento de crimes de alta gravidade no ambiente digital, especialmente aqueles que atingem crianças e adolescentes.
