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O Irã lançou nesta segunda-feira (23) ao menos 10 mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Catar e outro em direção ao Iraque, em retaliação aos bombardeios norte-americanos realizados no fim de semana contra instalações nucleares iranianas. A ofensiva marca uma nova escalada no conflito entre Teerã e Washington e foi batizada de Bênçãos da Vitória pela agência estatal iraniana Mehr News.
As explosões foram ouvidas na capital do Catar, Doha, segundo relatos das agências AFP e Reuters. Os mísseis tinham como principal alvo a base aérea de Al Udeid, a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio, com cerca de 9 mil soldados e 40 aeronaves. O local também funciona como quartel-general avançado do Comando Central das Forças Armadas norte-americanas (Centcom) na região.
De acordo com a Bloomberg, uma testemunha em Doha relatou ter ouvido pelo menos oito explosões consecutivas, embora não esteja claro se os estrondos foram causados por impactos no solo ou por interceptações no ar.
Informações preliminares apontam que todos os mísseis iranianos foram interceptados por sistemas de defesa aérea, segundo perfis especializados em inteligência de fonte aberta (OSINT). Imagens divulgadas nas redes sociais mostram supostos momentos das intercepções.
O ataque ocorre após autoridades norte-americanas alertarem, no fim de semana, que esperavam uma retaliação do Irã nas 24 a 48 horas seguintes, após bombardeios autorizados pelo ex-presidente Donald Trump contra os complexos nucleares de Natanz, Fordow e Isfahan. Em resposta ao lançamento de mísseis, o governo do Catar anunciou o fechamento de seu espaço aéreo e afirmou que “reserva-se o direito de responder diretamente, conforme o direito internacional”.
Segundo as autoridades norte-americanas, não houve registro de vítimas na base de Al Udeid. Atualmente, os Estados Unidos mantêm cerca de 50 mil militares no Oriente Médio. Tropas britânicas também atuam na base em regime de rotação. Ainda nesta segunda-feira, as embaixadas dos EUA e do Reino Unido em Doha emitiram alertas pedindo que seus cidadãos permaneçam em local seguro “até novo aviso”.
Intensificação dos ataques israelenses
Enquanto isso, Israel ampliou sua ofensiva militar contra o Irã, em um dos ataques mais intensos desde o início das hostilidades. Alvos incluíram o quartel-general de inteligência iraniano, a prisão de Evin — notória por denúncias de tortura e execuções — e, pela segunda vez, a instalação nuclear de Fordow, localizada em uma montanha.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que também bombardearam a sede da milícia Basij, um relógio simbólico em Teerã que contava o tempo para a “destruição de Israel”, além de outros centros de segurança do regime iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que os ataques dos EUA à instalação de Fordow causaram danos significativos ao complexo e a equipamentos sensíveis relacionados ao programa nuclear iraniano.
Este é o segundo maior ataque direto do Irã contra alvos norte-americanos, atrás apenas da retaliação de 2020 pela morte do general Qasem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária, em um ataque de drones dos EUA no Iraque.
