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O fim de um relacionamento pode ser ainda mais difícil para os homens, aponta um estudo recente publicado na Behavioural and Brain Sciences, segundo o site PsyPost. De acordo com a pesquisa da Universidade Humboldt de Berlim, os homens são mais impactados emocionalmente quando terminam um relacionamento, desafiando a crença popular de que as mulheres são mais desesperadas por um parceiro.
A equipe de pesquisadores analisou mais de 50 estudos científicos sobre as diferenças de gênero em relacionamentos heterossexuais. O resultado sugere que, após o término, os homens são mais propensos a sentir solidão e têm mais dificuldade em enxergar os aspectos positivos da situação. Esse dado pode explicar, em parte, por que os homens são menos inclinados a iniciar um término, com 70% dos divórcios sendo iniciados por mulheres, conforme os especialistas.
Além disso, os homens tendem a procurar mais ativamente um parceiro e a se concentrar em entrar em um relacionamento sério, possivelmente porque há mais benefícios emocionais a serem ganhos. “Sabemos de diversos estudos que as mulheres, em geral, recebem mais apoio emocional do seu ambiente social do que os homens. Portanto, os homens heterossexuais são mais dependentes de seus parceiros para satisfazer suas necessidades emocionais do que as mulheres”, afirmou Iris Wahring, autora principal do estudo. “Em resumo, os relacionamentos estáveis são psicologicamente mais importantes para os homens do que para as mulheres.”
Estudos anteriores já demonstraram que estar em um relacionamento melhora a saúde mental e física dos homens — casados, por exemplo, tendem a envelhecer mais devagar do que os solteiros. De acordo com o Pew Research Center, as mulheres, comparadas aos homens, são mais propensas a buscar apoio emocional em sua rede de apoio: 54% das mulheres recorrem às mães (contra 42% dos homens), 54% das mulheres buscam amigas (contra 38% dos homens) e 22% das mulheres procuram profissionais de saúde mental (contra 16% dos homens).
Os pesquisadores do estudo da Universidade Humboldt atribuem essa dependência emocional às normas de gênero profundamente enraizadas em nossa cultura. “As normas sociais influenciam as mulheres a compartilhar emoções com mais frequência e a apoiar umas às outras de forma mais intensa do que os homens”, observou Paul van Lange, coautor do estudo. “Até crianças pequenas vivenciam essas normas, segundo as quais é muito mais comum e apropriado para as meninas do que para os meninos compartilhar emoções e vulnerabilidades.”
Essa revelação se soma a uma crescente quantidade de pesquisas sugerindo que os homens são mais dependentes dos relacionamentos românticos do que as mulheres. Um estudo recentemente publicado na Social Psychological and Personality Science revelou que as mulheres têm mais prazer em viver sozinhas do que os homens, sendo menos propensas a desejar um parceiro e mais satisfeitas sexualmente e emocionalmente.
Apesar dessa tendência, há boas notícias para os homens. Um novo estudo do Pew Research Center, baseado em dados do Censo dos Estados Unidos, aponta que o número de adultos não comprometidos — aqueles que não são casados, não vivem com um parceiro ou não estão em um relacionamento romântico sério — diminuiu pela primeira vez em quase 20 anos. O estudo também mostrou um aumento no número de adultos casados, de 50% para 51% entre 2019 e 2023, além do crescimento de 6% para 7% naqueles que moram com um parceiro não casado.
Esses números sugerem uma reversão na tendência de relacionamento solo, trazendo uma nova dinâmica para os homens e as mulheres no cenário amoroso atual.
