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O UBS concordou em comprar seu rival Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,2 bilhões) neste domingo (19), com os reguladores suíços desempenhando um papel fundamental no acordo, enquanto os governos procuram conter um contágio que ameaça o sistema bancário global.
“Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia suíça nesta situação excepcional”, dizia um comunicado do Banco Nacional da Suíça, que observou que o banco central trabalhou com o governo suíço e a Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro Suíço para promover a fusão dos dois maiores bancos do país.
Os termos do acordo prevêem que os acionistas do Credit Suisse recebam 1 ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit Suisse que detêm.
“Esta aquisição é atraente para os acionistas do UBS, mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, trata-se de um resgate de emergência. Estruturamos uma transação que preservará o valor deixado no negócio, limitando nossa exposição negativa”, disse o presidente do UBS, Colm Kelleher, em comunicado.
O banco combinado terá US$ 5 trilhões em ativos investidos, de acordo com o UBS.
“Estamos empenhados em fazer deste negócio um grande sucesso. Não há opções nisso”, disse Kelleher quando perguntado durante a coletiva de imprensa se o banco poderia desistir do negócio. “Isso é absolutamente essencial para a estrutura financeira da Suíça e… para as finanças globais.”
O Banco Nacional da Suíça prometeu um empréstimo de até 100 bilhões de francos suíços (US$ 108 bilhões) para apoiar a aquisição. O governo suíço também concedeu uma garantia para assumir perdas de até 9 bilhões de francos suíços de certos ativos acima de um limite predefinido “a fim de reduzir quaisquer riscos para o UBS”, disse um comunicado separado do governo.
“Esta é uma solução comercial e não um resgate”, disse Karin Keller-Sutter, ministra das finanças suíça, em entrevista coletiva neste domingo.
O acordo com o UBS foi negociado antes da reabertura dos mercados para negociação na segunda-feira, depois que as ações do Credit Suisse registraram seu pior declínio semanal desde o início da pandemia de coronavírus . As perdas ocorreram apesar de um novo empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (US$ 54 bilhões) concedido pelo banco central suíço na semana passada, em um esforço para interromper a queda e restaurar a confiança no banco.
A notícia do acordo foi bem recebida pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, e pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em um comunicado. “As posições de capital e liquidez do sistema bancário dos EUA são fortes e o sistema financeiro dos EUA é resiliente. Mantivemos contato próximo com nossos parceiros internacionais para apoiar sua implementação”, disseram eles.
O Credit Suisse já vinha lutando contra uma série de perdas e escândalos e, nas últimas duas semanas, o sentimento foi abalado novamente, à medida que os bancos nos EUA se recuperavam do colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank.
O respaldo dos reguladores dos EUA para depósitos não garantidos nos bancos falidos e a criação de um novo mecanismo de financiamento para instituições financeiras com problemas não conseguiu conter o choque e está ameaçando envolver mais bancos nos EUA e no exterior.
O presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, disse na coletiva de imprensa que a instabilidade financeira provocada pelo colapso dos bancos regionais dos EUA atingiu o banco na hora errada.