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Na segunda-feira (15), a Confederação Brasileira de Vôlei e o Comitê Olímpico do Brasil chegaram a um acordo para reduzir as sanções a todos os envolvidos. Em nota, a entidade disse que substituiu a suspensão aplicada à CBV por uma multa – o valor será destinado para a criação de cursos voltados aos atletas sobre o uso consciente das redes sociais. A punição de Wallace passou de cinco anos passou para apenas 90 dias.
O consenso de ontem foi assinado pelo presidente do COB, Paulo Wanderley; pelo presidente da CBV, Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca; além do próprio Wallace, do Conselho de Ética do COB e da Advocacia Geral da União (AGU).
O Comitê Olímpico Brasileiro divulgou uma nota sobre o acordo feito entre todas as partes envolvidas.
Wallace foi suspenso pelo COB sob o argumento de incitar a violência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais, o oposto Wallace entrou em quadra no dia 30 de abril, diante do Minas, sendo decisivo na conquista do oitavo título do Cruzeiro na Superliga de Vôlei. Para colocar o veterano em quadra, a equipe cruzeirense se baseou numa liminar concedida pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no dia 12 do mesmo mês.
Abaixo a íntegra a nota divulgada pelo COB:
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) informa que as partes envolvidas no processo ético relacionado ao jogador de vôlei Wallace Leandro de Souza chegaram a um acordo nesta segunda-feira, dia 15 (veja abaixo).
A intenção das entidades esportivas, da Advocacia Geral da União e do Conselho de Ética do COB foi preservar a preparação de atletas e seleções brasileiras, adultas e de base, do vôlei e do vôlei de praia até o fim do ciclo Paris 2024.
“Desde o início, apesar do expresso repúdio do COB e da CBV ao ato do atleta, a tentativa foi sensibilizar todos os envolvidos para que houvesse o menor prejuízo possível para o esporte olímpico e o vôlei brasileiro na caminhada a Paris 2024. A todos eles deixo um agradecimento, pois houve um esforço multilateral para que se chegasse ao entendimento. Entendemos que o momento é de união e retomada, e o acordo consensual não deixa de espelhar valores olímpicos. Entre eles o respeito, que sempre nutrimos pela CBV”, afirmou o Presidente do COB, Paulo Wanderley.
Além disso, COB e CBV promoverão um programa educacional voltado a atletas, treinadores e gestores das confederações para a correta utilização das mídias sociais. O conteúdo será financiado com recursos próprios da confederação.
Confira os pontos do acordo celebrado:
1 – COB e CBV reconhecem a punição de afastamento das competições por 90 (noventa) dias do jogador Wallace Leandro de Souza das quadras, em razão de ter descumpridor punição do CECOB, o que lhe impõe cumprir novamente o período de suspensão antes aplicada por disseminação de violência através de redes sociais, tendo por ofendido o Sr. Presidente da República. Fica mantida a suspensão por 1 (um) ano de convocações ou participações na Seleção Brasileira da Modalidade.
A CBV compromete-se a não questionar o presente acordo em nenhum juízo, instância ou Tribunal, seja no âmbito esportivo ou na Justiça Comum, fazendo cumprir a decisão punitiva em todos os seus termos.
O atleta se compromete a cumprir o afastamento das quadras por esse período.
2 – O COB não reconhece a validade do resultado do jogo Minas Tênis x Sada/Cruzeiro em razão da participação de atleta afastado por determinação do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil, resultado que permanece nulo, para todos os efeitos, para o Comitê Olímpico do Brasil.
3 – A CBV fica obrigada a financiar, com recursos próprios, programa de valorização da postura ética de atletas nas redes sociais, sob a coordenação do Compliance Officer do COB.
4 – Ficam retiradas as demais condenações impostas à CBV.
5 – Ficam retiradas as demais condenações impostas ao senhor Radamés Lattari Filho.