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Em entrevista ao jornal português Diário de Notícias, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), atacou o presidente Jair Bolsonaro e o culpou pelas mais de 300 mil mortes por Covid-19 no Brasil.
“Eles têm um problema comigo. Enquanto lá estive no início da pandemia, redimensionei rede de oxigénio, material, máscaras, enfermeiros, médicos, remédios, tubos, testes e isso deu-lhes a impressão, já depois de eu ter saído, que o sistema aguentava, que dava para retomar a economia, que era de facto só “uma gripezinha” e, por isso, não fizeram mais nada. Com isso, deixaram, por exemplo, testes apodrecerem, que agora tentaram reenviar para o Haiti, que os recusou, claro, e desacreditaram as vacinas, dizendo que a pessoa ia virar jacaré ou ter um chip na cabeça. E ele agora está com 300 mil cadáveres nas costas, o cheiro dele é um cheiro do cemitério. Está a tentar usar máscara mas será que é para se proteger do vírus ou do ar fétido dos erros macabros que cometeu? E não foi por falta de aviso: eu avisei-o do caminho todinho da doença”, afirmou Mandetta nesta segunda-feira (29).
“O problema é igual ao daquela criança que mente sempre e que quando quer falar sério já ninguém acredita. Ele é essa criança. Uma criança habituada a usar fake news para tudo, a distorcer a verdade para tudo, a criar factóides para tudo. A única coisa que me parece proveitoso daquilo é que ele terá entendido que lhe foi dado um ultimato, como se o pai e a mãe da criança dissessem “acabou, é a tua última hipótese, mais uma e vais morar lá com a tua tia no Pantanal, com os jacarés, e não podes sair”. Acho que foi isso que o presidente da Câmara dos Deputados [Arthur Lira] lhe disse: “aqui é o teu limite, o Congresso Nacional tem remédios amargos e o próximo remédio pode ser muito amargo”. Para bom entendedor, meia palavra basta e acho que ele entendeu: ele é um pouco covarde, ele incita, incita, mas quando as pessoas falam “então “tá, vamos topar porrada”, ele corre”.