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De acordo com pesquisadores da Singapura, humanos conseguem viver entre 120 e 150 anos, caso perigos óbvios como doenças ou estressores não atrapalhem. O estudo foi publicado na terça-feira (25), no periódico científico Nature Communications.
“Eles estão se perguntando: ‘Qual a vida mais longa que poderia ser vivida por um sistema complexo humano se tudo fosse muito bem e em um ambiente sem estressores?’”, disse Heather Whitson, diretora do Duke University Center para Estudo de Envelhecimento e Desenvolvimento Humano, que não participou do artigo.
O pesquisador Timothy Pyrkov e colegas de equipe da Gero, empresa de biotecnologia com sede no país asiático, analisaram o ritmo de envelhecimento em três grandes cortes nos EUA, Reino Unido e Rússia. Levando em consideração os possíveis desvios de saúde estável, eles avaliaram mudanças nas contagens de células sanguíneas, número diário de passos dados e dividiram os grupos em idade.
Medidas como pressão sanguínea e contagem de células sanguíneas têm uma faixa saudável já conhecida, mas o número de passos é algo totalmente pessoal. Mesmo assim, Pyrkov e seus colegas descobriram o mesmo declínio ao longo do tempo nas três variáveis, indicando que o ritmo de envelhecimento pode ser um fator real em diferentes domínios.
O coautor do estudo, Peter Fedichev, afirma que, embora a maioria dos biólogos considere contagens de células sanguíneas e de passos “muito diferentes”, o fato de ambas “pintarem exatamente o mesmo futuro” sugere que o componente do ritmo de envelhecimento seja válido.
Além disso, os autores apontaram uma curva acentuada entre 35 e 40 anos. Pyrkov observa que, muitas vezes, este é o período que a carreira esportiva de um atleta termina, indicando que realmente existe algo na fisiologia que muda nessa idade.
Avaliando os resultados, os pesquisadores enfatizam que qualidade de vida é essencial. A questão proposta pelo estudo é estender a vida, mas sem aumentar o tempo que humanos passam por um “estado de fragilidade”.
“O foco não deve ser viver mais tempo, mas viver com mais saúde por mais tempo”, disse S. Jay Olshansky, professor de epidemiologia e bioestatística da Universidade de Illinois em Chicago, que não estava envolvido no estudo. “A conclusão final dos pesquisadores é interessante de ver”, diz Olshansky. Ele a caracteriza como “Ei, adivinha? Tratar doenças a longo prazo não terá o efeito que você gostaria. Esses processos biológicos fundamentais de envelhecimento vão continuar”.
Para Fedichev e sua equipe, a pesquisa marca o início de uma longa jornada. “Medir algo é o primeiro passo antes de produzir uma intervenção”, disse. Segundo ele, os próximos passos serão encontrar maneiras de “interceptar a perda de resiliência”.