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O delegado Rivaldo Barvosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi transferido nesta terça-feira (16) para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Barvosa está preso desde o final de março e é acusado de ser o mentor do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, supostamente a mando dos irmãos Brazão.
Rivaldo estava em prisão preventiva em Brasília antes da transferência. Sua defesa afirmou que foi pega de surpresa e que a justificativa apresentada foi uma questão administrativa.
A audiência de instrução do caso no Supremo Tribunal Federal está programada para continuar nesta quinta-feira (17), com o depoimento de testemunhas de defesa. Durante os interrogatórios, Barvosa tem negado seu envolvimento no crime e qualquer relação com os irmãos Brazão, que também enfrentam a Justiça. Chiquinho Brazão está preso em uma penitenciária de segurança máxima em Campo Grande, enquanto seu irmão, Domingos Brazão, cumpre pena no presídio federal de Porto Velho.
As investigações ganharam novos contornos após a delação do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do assassinato. Lessa indicou que Rivaldo já tinha uma “relação indevida” com os mandantes antes do crime. Segundo a ordem de prisão, ficou evidenciado que o crime foi idealizado pelos irmãos Brazão e planejado por Rivaldo.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, “se verifica claramente que o crime foi idealizado pelos dois irmãos e meticulosamente planejado por Rivaldo”. O documento também destaca que Rivaldo teria responsabilidade no controle das circunstâncias que envolveram a execução do crime, citando exigências feitas por ele para que Marielle Franco não fosse morta ao entrar ou sair da Câmara Municipal, visando afastar outros órgãos da investigação.
A apuração revelou que, durante seu tempo à frente da Polícia Civil, Barvosa buscou desviar o foco das investigações em relação aos mandantes do assassinato.
O caso Marielle Franco, ocorrido em 14 de março de 2018, gerou grande repercussão no Brasil, resultando em protestos e mobilizações em busca de justiça. A continuação das investigações e a transferência de Rivaldo Barvosa para um novo local podem trazer novos desdobramentos na busca por esclarecimentos sobre o crime.