Agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) cumprem, nesta quarta-feira (20), quatro mandados de prisão contra doleiros e outros de busca e apreensão em São Paulo. A ação é um desdobramento da Operação Câmbio, Desligo — braço da Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Os mandados desta quarta foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do RJ. Nessa fase, a polícia apura um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção, supostamente chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral.
Segundo o MPF, eles são suspeitos de integrar um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de um esquema de corrupção que, de acordo com as investigações, era liderado pelo ex-governador fluminense Sérgio Cabral.
A investigação dos alvos da operação de hoje foi iniciada a partir das colaborações premiadas dos irmãos Marcelo e Renato Chebar.
De acordo com o MPF, Sergio Reinas é um doleiro suspeito de ter movimentado R$ 37 milhões no esquema de lavagem de ativos investigado pelo MPF, através da compra e venda de dólares e da utilização de sua conta para a troca de cheques e pagamento de boletos, de 2011 a 2014.
Outro doleiro, Nissim Chreim, teria movimentado 22 milhões de dólares de 2011 a 2016 através da compra de dólares no exterior, por meio de contas na Suíça, em nome de empresas offshores. Depois o dinheiro era depositado em contas no Brasil ou entregue em espécie ou em cheques aos outros participantes do esquema.
Thania Chreim é esposa de Nissim e, segundo o MPF, seria sócia de algumas empresas offshore registradas no Panamá, Suíça e Ilhas Virgens. Jonathan Chreim, filho de Nissim, manteria ativos os negócios do pai no Brasil depois da saída de Nissim do país em 2017.
A operação “Câmbio, desligo” foi deflagrada em maio de 2018 e prendeu 30 pessoas em quatro estados. Os alvos eram doleiros suspeitos de movimentarem R$ 1,6 bilhão em 52 países. A operação teve origem no acordo de colaboração de Vinicius Claret, o Juca Bala, doleiro utilizado pelo grupo do ex-governador Sérgio Cabral.